MARANHÃO – O Maranhão teve forte protagonismo no primeiro dia do Encontro do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), realizado neste domingo (16), durante a COP30, em Belém (PA). Entre as participações mais marcantes esteve a do Comitê de Cultura do Maranhão, que integrou debates, oficinas e painéis que reforçaram a importância dos saberes tradicionais e das práticas culturais do estado no cenário nacional.
No painel “Onde Eu Venho: A cultura como lugar de (Re)existência”, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a força dos territórios culturais brasileiros e ressaltou que o PNCC nasceu de um trabalho coletivo construído com agentes de todo o país, incluindo maranhenses.
“Cada agente aqui presente carrega uma força própria. Estamos de mãos dadas para garantir que as políticas públicas cheguem efetivamente às pontas”, afirmou a ministra.
Maranhão presente em mesas, debates e oficinas
A atuação maranhense teve destaque em diferentes momentos da programação, especialmente na oficina “O Bordado do Bumba Meu Boi como expressão de identidade e patrimônio cultural”, ministrada pelo Comitê de Cultura do Maranhão, composto por Evaldo da Costa, Pereira Júnior e Nadir Cruz.
A atividade lotou a sala e encantou participantes de vários estados ao apresentar o bordado como prática ancestral, fortemente vinculada às tradições do Bumba Meu Boi — uma das manifestações culturais mais representativas do Maranhão.
“O bordado é um ato de sentimento. Cada miçanga carrega memória, tradição e a história dos nossos ancestrais”, destacou a bordadeira Nadir Cruz, com mais de 48 anos dedicados ao ofício.
A oficina aliou prática, oralidade e simbolismos que conectam religiosidades afro-brasileiras e catolicismo popular, fortalecendo a visibilidade das expressões maranhenses no cenário nacional.
Territórios e comunicação popular em pauta
O Maranhão também integrou as discussões sobre comunicação comunitária e políticas territoriais. Representantes do estado participaram de conversas que destacaram a importância da produção cultural local como instrumento de resistência e democratização da informação.
A roda de conversa “Onde o território fala: caminhos da comunicação popular” reforçou que comunicação comunitária é essencial para garantir a voz das periferias, quilombos, aldeias e territórios tradicionais — muitos deles presentes no Maranhão.
Encontro valoriza diversidade e fortalece políticas culturais
A programação segue até o fim da semana com debates, trocas de experiências, oficinas e atividades culturais. A secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, Roberta Martins, afirmou que o encontro reúne representantes de todos os estados e simboliza a consolidação de uma política cultural reconstruída de forma democrática.
“Este encontro fortalece vínculos e nos permite pensar o futuro da política cultural de maneira coletiva”, disse.
Maranhão se destaca também na formação dos Escritórios Estaduais
O estado marcou presença na Formação dos Escritórios Estaduais, onde representantes das 25 unidades da federação discutiram práticas, metodologias e ferramentas para melhorar a execução das políticas culturais. O encontro soma mais de 660 horas de consultorias realizadas em todo o país, com participação ativa de gestores maranhenses.
Encerramento com música e diversidade
O primeiro dia do Encontro terminou com show do cantor Tomaz Miranda, que celebrou a diversidade cultural brasileira e enfatizou a importância de valorizar expressões regionais — como as do Maranhão — para evitar estereótipos e fortalecer a pluralidade do país.

