10/09/2025

Morre Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas do Brasil, aos 75 anos

Considerado um dos mais importantes documentaristas do país, Silvio Tendler morreu aos 75 anos na manhã desta sexta-feira (5). O cineasta estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, zona sul do Rio de

call to action iconCom uma carreira de mais de cinco décadas, ele dedicou sua trajetória a retratar figuras históricas como João Goulart (1919-1976), Juscelino Kubitschek (1902-1976), Carlos Marighella (1911-1969) e Glauber Rocha (1939-1981).

Entre suas obras mais conhecidas estão Jango (1984), Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980) e O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981). Sua produção foi marcada pelo engajamento político, pelo resgate da memória e pela valorização de personalidades cujas vidas foram interrompidas pela repressão.

Nascido no Rio de Janeiro em 1950, iniciou-se no movimento cineclubista ainda nos anos 1960, chegando a presidir a Federação de Cineclubes do Rio em 1968. Seu primeiro trabalho foi um documentário sobre João Cândido (1880-1969), o Almirante Negro, líder da histórica Revolta da Chibata.

Durante a Ditadura Militar (1964-1985), exilou-se primeiro no Chile e, depois, na França. Lá, formou-se em História pela Universidade de Paris 7 (Paris Diderot) e concluiu mestrado em Cinema e História na École des Hautes Études, Sorbonne.

Silvio Tendler era professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica) desde 1979. Desde 2011, utilizava cadeira de rodas devido a um problema de saúde que afetava a medula. 

Silvio deixa a filha, a também cineasta Ana Rosa Tendler, um neto e mais de uma centena de obras realizadas. O velório está marcado para domingo (7), às 11h, no Cemitério Israelita do Caju.