Por Rozalvo Júnior (jornalista, escritor, autista de alta-performance e modelo fotográfico nacional).
Quando recebi de presente do padre, médico e escritor, João Mohana, o livro “Não Basta Amar para Ser Feliz no Casamento”, de sua autoria, poucos meses antes de sua morte, em 1995, eu não compreendia, em certos aspectos, os mecanismos psicológicos presentes na natureza humana. Pois bem! Hoje, pelo menos, eu tento fazer este mergulho interior, por meio do autoconhecimento. Tarefa difícil e diária, de modo geral, para que condicionemos o nosso ser que, às vezes, poderá resistir às mudanças em quaisquer aspectos.
Somos todos assim: a melhor mudança é aquela que é sempre adiada! E o tempo passa e não avaliamos o nosso relacionamento. Resultado: casais que poderão se tornar infelizes na intimidade, mas que aparentam felicidade que não resiste ao primeiro conflito. João Mohana, em seu livro “Não Basta Amar para Ser Feliz no Casamento”, revela “que o amor não é tudo. No casamento não basta amar, porque o coração está enraizado numa personalidade, e esta é complexa.”
Inicialmente, caro leitor, você que acompanha os meus textos, por meio de minhas crônicas, parece algo contraditório, não é mesmo? Penso, na verdade, que o amor é importante e não o sustentáculo. Porque cada um leva para o casamento temperamento, condicionamento, traumas, qualidades, defeitos… E pensando bem: não é fácil perceber a presença desses mecanismos em nossa personalidade. Por que estou agindo assim? Será que estou certo? O que poderei fazer, a partir de agora, para evitar ainda mais dificuldades amorosas? São perguntas simples e eficazes que todos poderemos fazer para melhorar o nosso relacionamento. Mas nada de cobrança, está certo? Porque, gradativamente, é que a transformação poderá ocorrer e não por impulso ou medidas artificiais.
Então é preciso perceber logo as diferenças. Aceitar o outro como é. E não estabelecer uma imagem distorcida que, mais tarde, poderá ser motivo para conflitos e desavenças. Ocorre que muitos casais ignoram este ponto essencial. O casamento não será responsável pela mudança dos enamorados, pelo contrário, poderá potencializar os defeitos pela falta do autoconhecimento e da compreensão.
Precisamos estar preparados para aceitar o outro sem rótulos e compreender os mecanismos de fugas psicológicas que tanto atormentam os casais. Ou seja, a mudança interior parte da própria pessoa. Terá, então, a responsabilidade pelas suas escolhas. E não poderá culpar a outra pessoa se o relacionamento não seguir conforme o previsto.
Muitos se auto-sabotam e se fazem de vítimas como se os parceiros fossem culpados de todos os problemas. Não é bem assim! Por mais que seja difícil por causa das resistências psicológicas poderemos vislumbrar, sim, um caminho luminoso, um cenário primoroso, quando tratamos adequadamente da situação à luz da verdade e da maturidade.
Tenho acompanhado no meu dia a dia o relato de muitos casais que, às vezes, desconhecem a forma de agir dos companheiros. Mas tal pessoa não agia assim e mudou sem me avisar. Não conheço esta pessoa. É o que dizem. Obviamente, que, no namoro, alguns aspectos já indicavam que os problemas logo logo poderiam se tornar um barril de pólvora. Por isso que precisamos amadurecer certos procedimentos emocionais rumo ao aprimoramento interior.
Se o marido deixa, por exemplo, a tolha molhada em cima da cama; se a esposa exagera em algo. Tudo isso precisa ser resolvido logo. Nada de ficar adiando a conversa. Desse modo, evita-se a crise. O diálogo é essencial. Penso que, sendo imperfeitos, nós temos a tendência em querer camuflar os problemas e dar a nossa versão como se fôssemos os donos da verdade. Como estamos agindo com as nossas companheiras? Temos mesmo razão em certos aspectos ou não estaremos querendo impor as nossas vontades?
Não há casal perfeito; há, sim, casal realista. Com o tempo, há a possibilidade de um desgaste natural que poderá, sim, ser minimizado se o bom senso prevalecer no casal. O desgaste só poderá ser evitado se a rotina for quebrada no relacionamento com boas doses de vontade e de diálogo.
A criatividade também mantém a chama acesa. A chama do amor realista que sabe que as motivações inconscientes podem reger a vida e sabotar quaisquer laços afetivos. Qual o segredo para se ter uma vida feliz? Conhecer a si mesmo e respeitar as ideias da namorada, na noiva e da esposa. Ou melhor: tentar, diariamente, debater assuntos que são sempre adiados porque, caso contrário, vão mostrar a verdadeira face: somos tão diferentes e nem sabíamos. Como conhecer alguém se não conhecemos nem a nós mesmos com os nossos comportamentos, às vezes, incoerentes e inconsequentes?
Nos relacionamentos românticos, as relações sexuais, com certeza, são muito importantes, luminosas e especiais. As relações sexuais, enfatizo, podem ser criativas, surpreendentes, inovadoras, motivadoras, frequentes e diárias para manter acesa a chama da paixão e a intimidade no relacionamento. O casal não deve adiar as relações sexuais. Ter relações íntimas, todos os dias, para que o romantismo prevaleça em sua plenitude. Desta forma, os orgasmos múltiplos, plenos e profundos serão, com certeza, alcançados. As posições sexuais vão ocorrer, naturalmente, em relação aos casais, sempre com uma dose especial de novidade, surpresa, entusiasmo, encanto e mistério. Lembre-se: a rotina é inimiga dos casais; as novidades, as surpresas, a paixão são aliadas. As fantasias sexuais, dentro do aspecto saudável e luminoso, podem promover, reitero, orgasmos plenos, duradouros e profundos se houver preparação às relações sexuais. Imaginar-se (e realizar, plenamente, tudo isso), por exemplo, transando em uma ilha ou praia deserta com as nossas Musas Inspiradoras, beijando todo o corpo nu, das nossas amadas, pode provocar uma excitação profunda e duradoura, com orgasmos múltiplos, resultando em um ajustamento conjugal, se houver paixão, autoconhecimento e amor. E realizar todas estas fantasias, de modo pleno, enfatizo, com as nossas Musas Inspiradoras.
O casamento, sem dúvida, é muito benéfico. E o amor, com certeza, é importante para o sucesso de um relacionamento. Não sendo só o amor suficiente para a plenitude de um casamento, de um relacionamento, é preciso sempre analisar as motivações inconscientes presentes em cada pessoa. Com isso, a vida conjugal poderá se tornar duradoura e feliz. O objetivo de dois corações que unem as almas e os corpos…

