18/05/2024

A sagrada arte da maranhense Angela Ferreira

Sem grandes pretensões, Angela Maria Araujo Ferreira, deixou o Bairro da Liberdade, onde nasceu e se criou, e foi morar com uma irmã em São Paulo. A princípio, trabalhou em um salão de beleza, mas o seu caminho não era a estética humana, Adormecia em sua mente, e no seu coração, uma paixão pelas artes e isto a levou a frequentar bibliotecas, onde exercia a leitura de obras sobre as artes e a poesia.

Assim foi até que um dia ao passar por uma floricultura resolveu adquirir argila e passou a moldar estatuetas e em seguida retornou à sua terra. Chegando a São Luís tratou de conhecer outros artistas ceramistas para conversar e trocar ideias e então, aos 19 anos de idade, entrou definitivamente para o mundo das artes dedicando-se a modelar em cerâmica, figuras do nosso folclore e personagens do ideário das lendas e da cultura popular maranhense e a comercializá-las.

Porém, sendo uma mulher que sempre topou desafios sem recuar diante de qualquer dificuldade, Angela Ferreira avaliou o mercado e passou a desenvolver o trabalho de restauração de peças de arte, notadamente a arte sacra e logo formou uma clientela de pessoas que buscavam seu trabalho e sua arte para recuperar as estatuetas de seus santos de devoção.

Angela não se acomodou e se dedicou a pesquisar sobre os santos, para manter a estética original de cada um, priorizando sempre o valor sentimental de cada peça, para os seus donos, visto que, em muitos casos se tratam de santos mantidos por gerações de cada família. Assim, Angela Ferreira se tornou uma artista muito requisitada na capital maranhense, estando sempre atendendo clientes que a procuram no seu atelier na travessa Machado de Assis na Liberdade.

Por Douglas Cunha – O Imparcial