19/01/2025

Atlas da Violência aponta queda em homicídios em 2018, mas alta em crimes contra negros

 

Segundo o relatório, o país registrou 57.956 homicídios em 2018, uma taxa de 27,8 a cada 100 mil habitantes, 12% a menos que em 2017

Os dados do Atlas da Violência 2020, divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea), apontam que o número de homicídios no Brasil diminuiu em 2018, em comparação ao ano anterior. Segundo o relatório, o país registrou 57.956 assassinatos em 2018, uma taxa de 27,8 a cada 100 mil habitantes, 12% a menos que em 2017. Este foi o menor nível desde 2014. A queda aconteceu em todas as regiões do país, mas não em todos os Estados.

AmapáTocantins e Roraima apresentaram alta na comparação com 2017, sendo que este último teve um crescimento de 51,3% na taxa de homicídios por 100 mil habitantes (71,8 em 2018 contra 47,5 no ano anterior). O maior recuou foi registrado em Pernambuco, 22,9% (57,2 assassinatos por 100 mil habitantes para 44,1). A queda em São Paulo foi de 20,3%, e no Rio de Janeiro, de 2%. Em números totais, a Bahia lidera o ranking de homicídios, com 6.787 em 2018, seguida por Rio de Janeiro (6.455), Ceará (4.900) e Pará (4.528). São Paulo teve 3.727 registros.

Apesar da queda no número geral de homicídios, os crimes contra a vida de negros subiram no período entre 2008 e 2018. O aumento foi de 11,5%, enquanto a taxa entre não negros caiu 12,9%. Em 2018, 75,7% de todas as vítimas de homicídio no Brasil eram negras, ou 3 em 4 mortos. Isso significa que a taxa de homicídios entre negros no país naquele ano foi de 37,8 por 100 mil habitantes, enquanto entre não negros foi de 13,9. A maior desigualdade foi registrada em Alagoas, onde a taxa entre negros foi de 48,3 contra 2,8 entre não negros. Ao todo, 43.890 pessoas negras foram assassinadas no Brasil em 2018.

Perfil das vítimas

O Atlas da Violência ainda traçou o perfil das vítimas de homicídios no Brasil entre 2008 e 2018. Do total de pessoas assassinadas, 91,8% eram homens, sendo que 74,3% deles tinham escolaridade de no máximo 7 anos de estudo. O risco para homens negros foi 74% maior do que para não negros, e os dias com mais frequência de homicídios foram sábado e domingo. Entre as mulheres, 66,2% tinha escolaridade de no máximo 7 anos de estudo e 53,7% foram mortas por armas de fogo.

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