Provavelmente a última largada, a última corrida e a última vitória olímpica individualmente.
O jamaicano Usain Bolt, 29, venceu nesta quinta-feira (18), como esperado e com sobra, os 200 m na Rio-2016.
Ele assegurou a sua oitava medalha de ouro em Olimpíadas, a sexta em provas individuais (ostenta três nos 100 m e três nos 200 m). Nunca um homem ganhou tanto em disputas de velocidade no atletismo -ele se tornou o mais velho a vencer os 200 m em Jogos Olímpicos com a vitória no Engenhão.
A prova foi provavelmente a sua despedida olímpica correndo sozinho, já que afirmou que não pretende estar em Tóquio-2020 – mas não podemos esquecer que o nadador americano Michael Phelps, maior medalhista olímpico, se aposentou após Londres-2012, e voltou atrás para estar na Rio-2016. Por contratos publicitários, Bolt ainda precisa correr pelo menos até o Mundial de 2017, em Londres.
O maior velocista da história volta à pista nesta sexta (19), para disputar com os companheiros da Jamaica a final do 4 x 100 m, e provavelmente faturar o seu nono ouro.
“Eu não preciso provar mais nada. O que mais eu preciso para provar ao mundo que sou o maior?”, disse Bolt, no melhor estilo Bolt.
Mas ele queria mais nos 200 m, sua prova preferida, apesar de menos badalada do que os 100 m. Foi na distância mais longa que Bolt começou a se destacar em internacionalmente. Por sua altura (1,96 m) retardar o seu tempo de reação na largada, é nos 200 m que tem mais vantagem sobre os rivais.
Bolt queria o recorde. Se não o mundial, dele mesmo (19s19), e tempo praticamente imbatível, o olímpico, de 19s30, obtido por ele em Pequim-2008.
Assim que cruzou a linha de chegada, o jamaicano olhou para sua esquerda, no cronômetro oficial e viu o tempo de 19s78. Longe das marcas pretendidas, Bolt resmungou, com expressão bem diferente daquele risonho corredor que se diverte competindo -desta vez ele não pareceu desacelerar ao fim da prova, como sempre faz e apesar da larga vantagem.
“Eu corri o máximo que eu podia. Mas meu corpo não respondeu. Estou ficando velho”, afirmou Bolt.