03/12/2024

Cooperação entre UFMA e governo do Maranhão financia trabalho de campo em Moçambique

SÃO LUÍS – Durante um encontro, no início da tarde desta terça-feira, 19, no Palácio dos Leões, foi assinado um Termo de Cooperação Técnico-Científica entre o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), e a Universidade Federal do Maranhão, por intermédio da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Liesafro) e do Núcleo Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Niesafro). O documento certifica o financiamento da realização de trabalho de campo na cidade de Maputo, em Moçambique, de 45 integrantes da Liesafro, em setembro de 2020, além da formação de 500 professores da educação básica do Maranhão, também no próximo ano.

O termo foi assinado pelo reitor Natalino Salgado; pelo governador do Maranhão, Flávio Dino; pelo secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão; pela coordenadora da Liesafro, Kátia Régis; pelo vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano; e pela professora e ex-ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, Nilma Lino Gomes.

O reitor Natalino Salgado relembrou a criação do curso, realizada em sua gestão anterior à frente da UFMA, e exaltou a parceria firmada nesta terça-feira, 19. “Isso mostra que foi um a bela iniciativa, tivemos o privilégio de criar esse curso. Essa proposta veio até mim e posso dizer que meus olhos brilharam, não medi esforços para a formalização do curso, que é o primeiro implantado na modalidade no Brasil até hoje. É um curso que tem tido bons aproveitamento e corpo docente e que caminha para a internacionalização, com convênios com várias nações de língua portuguesa. Parabenizo também o Governo do Maranhão por essa iniciativa”, pontuou.

O governador Flávio Dino ressaltou a realização da VII Semana Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Seafro) e do II Colóquio Internacional Políticas Antirracistas no Mundo (Cipam), que ocorrem de hoje, 19, a 22 deste mês, na Cidade Universitária. “Foi bem recebido por nós o projeto deste evento que estamos apoiando e que coincidiu, pelo seu planejamento, com a véspera do Dia da Consciência Negra, com a presença de dirigentes da Universidade de Moçambique. Com esse ato, de assinatura do termo, estamos abrindo os eventos, as comemorações, alusões e reflexões atinentes ao Dia da Consciência Negra, por meio de nossa Secretaria de Igualdade Racial”, declarou.

Na ocasião, o próprio secretário da pasta referida pelo governador, Gerson Pinheiro, elogiou os eventos e deu estatísticas sobre comunidades quilombolas no Maranhão. “O primeiro Colóquio aconteceu em Cabo Verde e está ocorrendo agora na UFMA. Estamos tendo a oportunidade — tanto para os professores da Liesafro quanto para pessoas de comunidades quilombolas e militantes do movimento negro do estado — de realizar essa troca de experiências, pois somos um dos estados mais negros do país: o último censo dava 76,4% de pessoas negras e de origem africana na população da Bahia e 76,2% para o Maranhão. Hoje atingimos o registro de 818 quilombos certificados no Maranhão pela Fundação Cultural Palmares, com trabalho de inclusão produtiva em quilombos e entregas de títulos de propriedades”, explanou.

O secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, falou que o termo significa um esforço importante por dizer respeito à aproximação com um continente que tem grande ligação com a história maranhense e frisou a natureza do projeto em focar na educação, no desenvolvimento científico e tecnológico e na formação de recursos humanos dentro da temática étnico-racial. A professora Kátia Régis, por sua vez, agradeceu a presença da comitiva da Universidade de Moçambique, mencionando a relevância da ampliação dos conhecimentos ofertados na Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros.

“O que temos feito é muito bonito, pois estamos oferecendo outras possibilidades de ensinar história e cultura afro-brasileira. O trabalho de campo foi muito enriquecedor. Acreditamos que, com o apoio das universidades parceiras, o trabalho que realizaremos em solo moçambicano será um sucesso”, finalizou a coordenadora da Liesafro.

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