Entre os anos de 2007 e 2009, os quatro municípios situados na Ilha de São Luís tinham à disposição dos leitores pelo menos 12 jornais impressos, com circulação diária e outros dois com periodicidade semanal. Para não deixar dúvidas sobre esse quantitativo de informação impressa, lista-se abaixo os nomes desses diários, que aos poucos, deixaram de ser vistos nas bancas de revistas, nos pontos de vendas avulsas ou por meio de assinaturas disponíveis em empresas e órgãos públicos, assim como em residencias de não poucos familiares e amigos.
Naquela época circulavam diariamente na Grande Ilha: O Imparcial; O Estado do Maranhão; Jornal Pequeno; Jornal Extra; Jornal Atos e Fatos; Jornal O Debate; Jornal A Tarde; Diário da Manhã; Tribuna do Nordeste; O Quarto Poder; Correio de Notícias; e Aqui Maranhão. Com circulação semanal ainda haviam disponíveis os jornais Itaqui-Bacanga e Gazeta da Ilha, adicionados ao polêmico Vias de Fato, impresso com periodicidade indefinida. Os três primeiros da lista, eram considerados grandes, e os demais, rotulados como “imprensa nanica” pelo motivo óbvio de suas tiragens serem em menor volume. Cada um porém, com a sua merecida importância.
Tanto é assim, que nas centrais de telejornalismo e nos estúdios de rádios AM/FM todos matutinos tinham espaço para terem suas manchetes de capa lidas por alguns comunicadores ao público telespectador e rádio ouvinte. Nessa situação, destaque para o Extra que se sobressaia com seus títulos irreverentes ou chulos, muitas vezes, “cortado pela censura” de determinadas linhas editoriais da comunicação eletrônica.
Naquela época, por muito pouco a capital maranhense não ganhou o título de “Capital Brasileira dos Impressos”. Naquele tempo, a Ilha de São Luís tinha quase 200 bancas de revistas, que ocupavam suas prateleiras com exemplares da uma dúzia de jornais em circulação. Isso sem contar com jornaleiros e pontos alternativos de venda de impressos, além dos milhares de assinantes.
O tempo passou e levou com ele a tradição peculiar do maranhense que se habituou a ler jornal até dentro de ônibus. Essa mudança de hábito das pessoas, de folhear as páginas de papel-jornal, trocando o gesto por simples toques no teclado do computador, foi um dos responsáveis pelo fechamento dos parques gráficos. A informação ficou bem mais prática através da chamada mídia eletrônica, com informação em tempo real, apenas por meio de um simples toque na tela do aparelho celular ou do smartphone. Essa transformação no jeito de informar e de se manter informado levou à bancarrota quase todos os jornais impressos de São Luís.
Trata-se de uma tendência mundial, com efeito mais avassalador em cidades como São Luís, onde a proporção de periódicos impressos x população era bem maior que outros centros urbanos. Não custa lembrar que no dia 07 de outubro de 2021, a redação do jornal O Estado do Maranhão deu a notícia que, talvez não queria dar… O matutino mais tradicional e de maior abrangência do Estado do Maranhão, com seus 62 anos, encerrou em definitivo suas edições impressas.
Aliás, é impressionante como a imprensa está se imprensando mais e mais, a cada dia que passa! Mas nada que faça o alemão Johann Gutenberg, inventor da máquina de impressão tipográfica, que foi desenvolvida entre os anos de 1439 e 1440, se contorcer no túmulo por nostalgia, pois a invenção da imprensa está entre os grandes feitos da humanidade.
Do BLOG do Walkir Marinho