Folguedos são festas populares de espírito lúdico que se realizam
anualmente, em datas determinadas, e algumas têm origem religiosa,
católica e, ao mesmo tempo, folclórica, como é caso da Festa de São Pedro,
no Bairro da Madre de Deus, com bumba-bois, em louvação ao santo, no
amanhecer de 29 de junho, no largo da capela, procissão marítima, às 14h,
seguida da terrestre, e missa campal, às 18h. Acontecendo há 83 anos,
neste ano, pela primeira vez, atrações folclóricas e shows de grupos
artísticos e cantores nativos começaram a movimentar o Arraial do Pedro
Santo, desde a noite de 20 de junho, quando iniciou a novena que é a reza
de um conjunto de orações, durante nove dias.
Na segunda-feira (26.), além da santa missa, a partir das 20h, fazendo
estreia no espaço, houve exibição da Cia. Guarnicê, show de Vicente
Melo, Gabriel Melônio e Boi da Mocidade de Rosário; dia 27: Cia. Barrica,
Boi Brilho da Mocidade, Boi da Maioba e Boi Novo Capricho; dia 28: Boi
de Umberlino Cururupu, Cofo de Sotaques, Boi Unidos de São Bento e Boi
da Pindoba; Dia de São Pedro (29) de madrugada ao amanhecer: encontro
de bumba-bois; 11h: saída da imagem para a Rampa Campos Melo; 13h30:
procissão marítima, 16h: procissão terrestre, com saída da Rampa Campos
Melo; e às 18h: após a chegada da procissão: missa campal no Largo de
São Pedro.
PARCEIROS: IATE CLUBE E MANOEL RIBEIRO
Em se tratando da procissão marítima, o jornalista, poeta, prosador e
folclorista Herbert de Jesus Santos, em colaboração à comissão
organizadora, adiantou que o ex-deputado Manoel Ribeiro, que há 50 anos
participa da Festa de São Pedro, irá no seu barco Kaio Jorge e que a lancha
Bahia Star, do seu irmão Afonso Ribeiro, levará de novo o andor do santo
pela Baía de São Marcos. Herbert ressaltou: “Fui na manhã de domingo
passado, com o guia de Turismo e poliglota Simão Cireneu Ramos, para
falar, no Iate Clube, com Sérgio Marques, presidente da AVEN
(Associação de Vela e Esportes Náuticos do Maranhão), que não se achava,
ou já havia passado, ali, e que engrandecerá o cortejo marítimo, com mais
associados, levando-se em conta sua presteza ao evento nos anos
anteriores!”.
O APOGEU DO FESTEJO JUNINO
Num panfleto de 25.6.1991, a então Empresa Maranhense de Turismo
(Maratur) enfocou que “Na véspera de São Pedro (28 de junho) é quase um
pecado se ficar em casa, enquanto a cidade se diverte, ao som de
quadrilhas, tambor de crioula e outros grupos folclóricos que fazem a festa,
e depois se dirigem para a Madre de Deus, o mais tradicional bairro de São
Luís, para ver a concentração de bumba-meu-boi, que na ocasião se
dirigem em massa para o bairro a fim de pagarem suas promessas”. Mais
adiante, o informativo destacou que “Pescador humilde, São Pedro ficou na
história como Padroeiro dos Pescadores, Chefe dos Apóstolos e primeiro
Papa e Bispo de Roma. Em São Luís do Maranhão, a festa começa no dia
anterior e entra pela madrugada, quando a Madre de Deus abre suas portas
e é literalmente invadida por fiéis, brincantes e grupos folclóricos”.
ESPETÁCULO INESQUECÍVEL
Na parte que toca em visitantes da cidade e seus atrativos, o comunicado
realçou que “O espetáculo da festa é inesquecível e uma imagem marcante
é das proximidades do Hospital Geral, no final da Rua São Pantaleão, e
onde pode se ver, lá embaixo, cercado por duas ladeiras íngremes, o arraial
completamente lotado. É um verdadeiro mar de cabeças, de chapéus de
pena e fitas dos brincantes de bumba-meu-boi, de roupas coloridas e
barracas de palha, numa festa que não tem hora para terminar. O espetáculo
torna-se mais atraente quando dia amanhece e pode-se ver ao fundo as
águas do Rio Bacanga cortadas pela barragem do mesmo nome”.
O PONTO MÁXIMO
Conclui assim o folheto, com muito conhecimento: “Mas o ponto máximo
da festa, cujo objetivo principal é o pagamento de promessas, acontece com
a saída da procissão marítima, que, atualmente, parte da Rampa Campos
Melo, para a Baía de São Marcos, em horários determinados de acordo com
as marés. A imagem do santo é levada até o local de carro, posto na parte
superior de uma embarcação, de maneira que possa ser vista por todos;
após o trajeto retorna ao local de partida, voltando para a Madre de Deus,
em procissão a pé!”
Fonte: Jornal Pequeno