02/05/2024

Jornalista lança livro-reportagem sobre a vida e obra do médico e padre João Mohana

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Ribamar Santana / Agência Assembleia

O jornalista e escritor Manoel dos Santos Neto lançou, na noite desta sexta-feira (31), na Livraria AMEI, no São Luís Shopping, o livro-reportagem intitulado “A Ressureição do Padre”, que aborda a trajetória de vida e a obra do padre João Miguel Mohana. É o sexto livro publicado pelo jornalista, conhecido no meio jornalístico por “Manoelzinho”, e que é servidor da Assembleia.
Autoridades, amigos e familiares do jornalista e do biografado prestigiaram o evento, adquiriram a obra e receberam o autógrafo do jornalista e escritor. “Maoelzinho” contou que a ideia de escrever o livro surgiu depois que ele leu uma reportagem que escreveu, há 20 anos, quando foi escalado para cobrir o velório e sepultamento do padre João Miguel Mohana, ocorrido em 12 de agosto de 1995.
“À época, eu era repórter de polícia. Tentei me esquivar da pauta, mas não teve jeito. Cobri todos os detalhes deste acontecimento marcante da cidade. Confesso que foi o maior sepultamento que já presenciei. Tinha gente de todas as classes sociais chorando a morte do padre, o que demonstrava sua popularidade. Fiquei surpreso com a reportagem que produzi. Era diferente de tudo que já tinha sido feito. Aí, me ocorreu a ideia de transformá-la num livro”, revelou.


A figura humana e a obra de João Mohana

Manoelzinho disse que leu toda a obra deixada pelo padre Mohana, que foi médico, sacerdote e psicólogo, constituída de 43 livros e várias peças de teatro. “Padre Mohana foi um homem de uma cultura muito vasta e que enxergava muito à frente. Seus escritos são atualíssimos. Os livros ‘O Coração de Cristo e o Coração do Homem’ e ‘Plenitude Humana’, na minha opinião, resumem toda sua obra. Ele escreveu dois romances: ‘O Outro Caminho’, que trata do dilema da escolha da vocação, e ‘Maria da Tempestade’. Mohana era conferencista e articulista, escreveu durante anos uma coluna no jornal O Imparcial sobre temas do dia a dia”, destacou.
Segundo Manoelzinho, os temas da predileção de João Mohana eram família, formação da juventude e valores cristãos. “Padre Mohana é considerado o escritor dono da melhor coleção brasileira de educação para o casamento. Era um orientador espiritual muito requisitado. Criou um grupo de jovens chamado Juventude Universitária Cristã (JUAC) e Pré-JUAC, de secundaristas. Fui um dos que integraram esse grupo. Formou muitas lideranças cristãs na diversas áreas. Ele é patrono de uma das cadeiras da Academia Ludovicense de Letras”, enfatizou.

Expectativa quanto à receptividade da obra

“Estou com uma certa ansiedade de saber a reação das pessoas ao lerem o livro que, modéstia à parte, está muito bem escrito. É um livro simples, sem maiores pretensões literárias. Foi um trabalho desafiador. Afinal, retratar a trajetória de uma vida não é nada fácil. Escrevi em linguagem de jornal. Considero um livro gostoso de ser lido. Espero que os leitores gostem. O título do livro remete para a ideia de que é como se o padre ainda estivesse em nosso convívio, tamanha é a atualidade de seus escritos. Os dilemas que vivemos hoje, com o mundo virtual, Mohana já previa sobre”, comentou.

Reconhecimento e importância da obra
Acredito que o Manoelzinho teve a inspiração do padre Mohana quando escolheu esse título para a obra e decidiu escrevê-la,. É oportuno para este momento pelo qual passam as famílias, a juventudes e os casais, necessitando de um aconchego espiritual e humano. Mohana se preocupava com o ser humano em sua plenitude. O Manoelzinho ao fazer essa ressureição do padre Mohana, nos faz relembrar seus ensinamentos”, enfatizou Antonio Mohana Pinheiro, engenheiro, empresário e sobrinho do padre.
O jornalista e presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), Benedito Buzar, destacou a importância da obra. “É uma satisfação muito grande ver um jornalista como é o Manoelzinho, íntegro e competente, lançar um livro, retratando a vida e obra de um dos maiores intelectuais maranhenses da Igreja Católica. Ele escolheu uma figura extraordinária, sublime e fantástica, que foi João Mohana. Estava faltando esse trabalho na nossa literatura. Moanoel é um estudioso dessa área, trabalhou com afinco e, hoje, brinda a todos nós com essa magnífica obra que terá, sem dúvida, retumbante sucesso”, salientou.
Para o jornalista Cunha Santos, a literatura maranhense se enriquece com a publicação de “A Ressureição do Padre”. “O autor já vem se destacando no ramo literário com outras publicações e, hoje, nos presenteia com esse trabalho de fôlego e de grande relevância, que é o resgate do legado de um dos maiores intelectuais da Igreja Católica do Maranhão, o Padre Mohana. É uma obra muito atrativa e deve ter sido extasiante para Manoelzinho contar a história desse grande homem que foi padre Mohana”, pontuou.
O desembargador Lourival Serejo disse vê com muita satisfação mais uma obra ser lançada para o acervo da literatura maranhense, principalmente por se tratar de um biografado tão importante como é o padre João Mohana. “Trata-se de um homem que não pode ser esquecido, cujo temas de seus estudos permanecem atuais, infelizmente desconhecidos pelos jovens. Foi muito feliz o jornalista Manoelzinho ao escolher resgatar tão importante legado da cultura maranhense, o parabenizo!”, destacou.

Agradecimentos
Ao final da noite de autógrafos, o jornalista e escritor disse se sentir muito agradecido pela presença dos amigos e familiares seus e do homenageado e muito contente por conseguir realizar esse sonho. “Há 20 anos vinha fazendo essa pesquisa. Tive o apoio de diversas pessoas e de instituições que gostaria de destacar, dentre elas, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a Academia Ludovicense de Letras, a Fundação Sousândrade, o Iema, na figura do reitor Jhonatan Almada. Estou muito feliz e muito agradecido”, concluiu.
O AUTOR
Manoel dos Santos Neto, maranhense de São Luís, nasceu a 23 de julho de 1963. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão, jornalista e escritor de profunda vinculação social, foi um dos fundadores do Centro de Cultura Negra do Maranhão (1979), editor do jornal Akomabu (de agosto de 1986 a dezembro de 1988) e co-autor de trabalhos de pesquisa em parceria com a professora Maria do Rosário Carvalho Santos, entre os quais o livro Boboromina, sobre as casas de culto afro do Maranhão, vencedor do concurso literário da Secretaria de Cultura do Estado (Secma), editado pelo Sioge (Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado), no ano de 1989.
Trabalhou como repórter e redator de diversos periódicos, entre os quais o Jornal de Hoje, Diário do Norte, O Debate, Jornal Carajás e Atos e Fatos. Foi chefe de Reportagem e editor de Política do jornal O Estado do Maranhão, onde trabalhou de maio de 1988 a janeiro de 2001, e integrou a equipe fundadora do jornal Folha do Maranhão (de junho de 2001 a março de 2002). Atualmente, dedica-se ao jornalismo e à literatura e trabalha como repórter da Editoria de Política do Jornal Pequeno.
No dia 13 de maio de 2004, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene, comemorativa à passagem dos 116 anos da Abolição da Escravatura no Brasil. A convite do presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), e do líder do Partido Verde, deputado Sarney Filho (PV-MA), o jornalista Manoel Santos Neto participou da cerimônia, durante a qual fez o lançamento do seu livro O negro no Maranhão – A escravidão, a liberdade e a construção da cidadania.
Este livro reconstitui a sociedade colonial escravocrata que existiu no Maranhão, e deixou resquícios que sobrevivem até hoje. Durante a sessão solene no Congresso Nacional, houve também o pré-lançamento do documentário “Quilombos Maranhenses – Cultura e política”, do jornalista e cineasta Cláudio Farias.
No final de 2004, Manoel Santos Neto conquistou o primeiro lugar no XXVIII Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, com o livro Os jornais do Império e o cativeiro no Maranhão. Manoel Santos Neto é também autor do livro João Francisco dos Santos – Uma lição de vida e co-autor do livro Chagas em pessoa, redigido em parceria com o jornalista Félix Alberto Lima, e lançado em janeiro de 2005.
Como militante do movimento negro, participou da equipe fundadora da Secretaria da Igualdade Racial, criada em janeiro de 2007 pelo então governador Jackson Lago.
No dia 13 de maio de 2009, o jornalista Manoel Santos Neto tornou-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), passando a ocupar a Cadeira nº 11, cujo patrono é Sebastião Gomes da Silva Belfort.
A cerimônia de posse do jornalista aconteceu nos jardins do Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM), na Rua do Sol, com a presença de um grande número de pesquisadores, escritores e militantes de movimentos sociais.
Em sessão solene, a presidente do IHGM, professora Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo, proferiu discurso de saudação ao novo membro do Instituto Histórico. Ela destacou a importância da cerimônia, realizada também para a celebração da data da Abolição da Escravatura no Brasil.
O jornalista Manoel Santos Neto, em seu discurso, além de celebrar a passagem do 13 de maio, fez uma emocionada homenagem aos jornalistas e a toda a imprensa do Maranhão. Ele tornou-se titular da Cadeira Nº 11, patroneada por Sebastião Gomes da Silva Belfort e fundada por Antônio Lopes Ribeiro Dias. Esta cadeira já foi ocupada por ilustres intelectuais, dentre eles Cândido Pereira de Sousa Bispo (1896-1950), Mário Meireles (1915-2003), Almir Moraes Correia (1914-1992) e Sebastião Barreto de Brito (1930-2007).
Ao final da cerimônia de posse, aconteceu uma sessão de autógrafos do poeta e escritor Cunha Santos, que lançou o livro “Vozes do Hospício”. Também foi lançado o livro “Os Frutos não colhidos”, que reúne 45 poemas em homenagem ao saudoso Jeremias Pereira da Silva, o Gerô.
Em outubro de 2015, o escritor Manoel dos Santos Neto foi o grande vencedor do 36º Concurso Literário Cidade de São Luís, na categoria Jornalismo Literário, por conta de seu livro A ressureição do padre, que versa sobre a vida e a obra do saudoso padre João Mohana (1925-1995), um dos maiores intelectuais maranhenses do século 20.

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