POR JULLY CAMILO – JORNAL PEQUENO
O corpo do carnavalesco Joãosinho Trinta foi sepultado hoje (19), por volta das 11h10, no cemitério do Gavião (bairro Madre Deus, em São Luís. Ele morreu no último sábado (17), aos 78 anos. Perto de 2 mil pessoas se aglomeraram no cemitério – o mais antigo da capital maranhense – para acompanhar o sepultamento. O caixão com o carnavalesco percorreu ruas do centro do São Luís acompanhado por integrantes das escolas de samba Beija-Flor de Nilópolis (RJ) e Turma do Quinto, e dos blocos tradicionais Fuzileiros da Fuzarca e Reis da Liberdade.
Joãosinho Trinta estava internado havia 14 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do UDI Hospital, quando morreu devido a um choque séptico (infecção generalizada), causado por uma série de problemas, como pneumonia e infecção urinária.
O carnavalesco já havia ficado hospitalizado em São Luís em maio e junho. Ele passou a se locomover em cadeira de rodas em 2005, após o segundo acidente vascular cerebral – o primeiro foi em 1997.
Amigos e representantes de escolas de samba lamentaram a morte de Joãosinho Trinta e destacaram sua importância na história do Carnaval brasileiro.
“João sempre foi uma referência, representou uma mudança de conceito no que se refere a Carnaval. Mudou desfile, mudou alegoria, fantasia, mudou tudo. O que o João pregava nos anos 70 e os outros atiravam pedras, hoje em dia as pessoas valorizam e acham bonito”, afirmou o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros.
A presidente Dilma Roussef também lamentou morte do carnavalesco maranhense.
“O Carnaval do Brasil fica mais triste sem a alegria e o talento de Joãosinho Trinta. Artista plástico, por mais de quarenta anos encantou a todos com a criatividade de suas produções, a inteligência de seus enredos e a ousadia de seus desfiles de escolas de samba no Rio de Janeiro. É uma grande perda. Joãosinho Trinta fez do Carnaval brasileiro uma das mais belas festas do mundo”, disse a presidente.
Uma comissão de personalidades da escola de samba carioca Beija-Flor, na qual o carnavalesco fez história, compareceu ao velório – no Museu de Histórico e Artístico do Maranhão – e ao enterro.
O sambista Neguinho da Beija-Flor cantou no velório o samba-enredo que escola levará para a avenida no próximo ano, que é uma homenagem ao aniversário de 400 anos da capital maranhense. Junto com o sambista, estiveram no velório e no sepultamento a mulata Piná e o casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola de samba carioca, Selminha Sorriso e Claudinho.