Adiados por conta da pandemia do novo coronavírus, que mantém os barracões das escolas de samba fechados e impede aglomerações, os desfiles do carnaval de 2021 não poderão acontecer antes de maio. Isso porque a Marquês de Sapucaí entrará em obras em dezembro, e a previsão é que a Passarela só esteja liberada em abril.
Conforme antecipou nesta quarta-feira (7) a coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, as obras são necessárias para que o Sambódromo ganhe o certificado definitivo de aprovação do Corpo de Bombeiros. A falta do documento já até motivou pedido de interdição da Sapucaí pelo Ministério Público, em 2019.
Em setembro, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) anunciou que o desfile não aconteceria em fevereiro. A nova data ainda não foi definida, e há quem defenda que o espetáculo só aconteça quando houver vacina para a Covid-19. A mudança no calendário possibilitou a marcação da obras, que, na verdade, são um complemento do que já foi feito no início deste ano.
O projeto é de melhoria estrutural e serão feitas intervenções como a instalação de hidrantes, extintores e corrimão nas arquibancadas, alé da adequação na infraestrutura de atendimento dos bombeiros, como mangueiras e execução do sistema de iluminação de emergência. Segundo o cronograma, ao qual o EXTRA teve acesso, na segunda quinzena deste mês deverá ser publicado o edital de licitação. As obras começariam no fim de dezembro e iriam até meados de abril, quando, então, serão necessários pelo menos sete dias de ensaios e testes de aceitação.
Em fevereiro, a prefeitura fez a primeira etapa das intervenções estruturais para adequar o Sambódromo às exigências de segurança do Corpo de Bombeiros a tempo do carnaval. Foram trocados quadros elétricos e refletores. As arquibancadas foram reformadas, o que inclusive reduziu 30% da capacidade de público dos setores populares. Com isso, a Marquês de Sapucaí recebeu uma liberação pontual para os desfiles por parte do Corpo de Bombeiros, mas ainda não estava apta a ter o certificado definitivo, que garante a permissão para realizar qualquer tipo de show ou festa no local.
Pelo planejamento inicial, todas as etapas da obra seriam cobertas com recursos do Ministério do Turismo. Mas, com a demora na liberação dos R$ 8,1 milhões prometidos pelo governo federal, a reforma feita no início deste ano foi paga pela prefeitura e custou pouco mais de R$ 3 milhões.
Agora, os recursos do governo federal estão de fato liberados, e a prefeitura pretende usar pelo menos R$ 7,5 milhões da verba do ministério nesta nova etapa. Presidente em exercício da Riotur, a empresa de turismo da Prefeitura do Rio, Fabrício Villa Flor comemorou a possibilidade de concluir as melhorias da Sapucaí para, enfim, obter o Certificado de Aprovação (CA) do Corpo de Bombeiros.
— Essa obra é um presente não somente para a nossa cidade, mas para todo o nosso país, uma vez que entramos no campo da manifestação cultural e preservamos esse espaço histórico que respira samba — afirmou Villa Flor, em nota.