O corpo em exposição
28/02/2013 00h00

O corpo, desde os tempos mais remotos, é instrumento de expressão da arte e fonte natural de inspiração para os artistas. É exatamente sobre essa temática a exposição coletiva Entre Corpos e Imagens, que será inaugurada hoje, às 19h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande). A mostra integra a programação do I Festival de Arte Contemporânea da UFMA e ficará em cartaz até o dia 6 de março, das 9h às 12h e das 14h às 18h, com entrada gratuita.
A exposição coletiva tem ilustrações de Edi Bruzaca e Aricelia Cantanhede; fotografias de Layo Bulhão, Sâmia Viana, Tamila Quim e Luisa Fonseca; além de instalações de Cláudia Marreiro e dos desenhos de Binho Dushinka e Felipe Figna. “Sempre vamos disponibilizar o espaço da galeria para eventos que visem fortalecer a excelência da produção de nossos artistas, além de revelar novos talentos”, assegurou o diretor da Galeria Trapiche, o escritor e jornalista Paulo Melo Sousa.
As obras selecionadas para a mostra têm como objetivo privilegiar trabalhos que fogem do convencional. Os artistas procuram mostrar a expansão do conceito e da abrangência da arte contemporânea.
Desenhos – O estudante do curso de Artes Felipe Figna desde criança adorava desenhar. Rabiscava e usava as paredes de casa, os livros e tudo que estivesse ao seu alcance para fazer seus desenhos. Ele apresenta na exposição algumas de suas criações. “Gosto da ideia de criar desenhos pequenos, mas sempre os imagino, em minha mente, como em uma plotagem colossal, e assim eu os intitulei de Miniaturas alopradas, microcosmo louco e diminutivo alucinado”, assinalou o desenhista.
Ao falar sobre seu trabalho, Figna o define como arte figurativa. “Já tentei fazer grafite, pintura em mural, óleo e acrílico sobre tela; até tatuagem já tentei, mas o que mais amo fazer é o desenho. Desenhei em diversas superfícies, de frutas à pele”, disse o artista. A inspiração para o trabalho vem do cubismo, do fauvismo e dadaísmo e ainda dos artistas Pablo Picasso, Jackson Pollock, Maurits Cornelis Escher, Salvador Dali e Hieronymus Bosch.
Sua relação com a arte ficou mais forte quando foi morar na cidade de Guarapuava, no centro-oeste do Paraná. Ele ainda relutou em escolher a arte como fonte de renda e, por isso, tentou diversos cursos superiores. “Só depois de ‘dono de mim’ é que ousei tentar entrar na universidade e cursar educação artística, buscando encontrar uma técnica ou vertente artística para os meus conflitos rabiscados”, contou.
Na UFMA – A exposição na Galeria Trapiche acontece em paralelo à programação do I Festival de Arte Contemporânea da UFMA. Na universidade, alguns artistas estão produzindo durante a visitação, fazendo com que o público possa apreciar todo o processo de produção.
O intervencionista Raurício Barbosa é um dos artistas que apresentam seus trabalhos durante o festival na UFMA. “Vou pintar todos os dias do festival e em diferentes lugares”, afirmou.
O artista utiliza a técnica de body painting, que é uma forma de arte corporal. Em São Luís, ele está experimentando as nuances da arquitetura secular ludovicense, como forma de despertar o olhar dos observadores para os detalhes e características físicas, históricas e subjetivas do lugar. Barbosa denomina esse trabalho como Projeto In Concretus. Ele conheceu essa técnica há três anos, quando participou de oficina ministrada pelo artista italiano Francesco Cinelli, em Porto Alegre. “Gosto muito de artistas que trabalham com o ser humano, com o corpo e que se preocupam com o social”, afirmou.