06/10/2024
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POLÍTICOS TIOS PATINHAS: CANDIDATOS QUE GUARDAM DINHEIRO EM CASA

Conheça toda a turma do dinheiro no colchão

Veja a lista completa dos Tios Patinhas das eleições: os candidatos a presidente, governador, vice e senador que disseram guardar em casa grandes somas de dinheiro

Candidato a senador em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia é uma pedra no sapato para seu partido, o PMDB. Enquanto seu companheiro de estado e de legenda, o presidente da Câmara, Michel Temer, é o candidato a vice de Dilma Rousseff, Quércia apoia a candidatura de José Serra, do PSDB, e está na chapa que pretende levar Geraldo Alckmin de volta ao governo de São Paulo. Quércia declarou à Justiça eleitoral possuir R$ 1,2 milhão em espécie guardados na sua casa. Se ele trocar essa dinheirama em notas de R$ 2, a de menor valor hoje em circulação, ficará com 600 mil notas. Cada uma delas tem 14 centímetros de comprimento. Se Quércia colocar uma nota na frente da outra, percorrerá nada menos que 84 quilômetros. Certamente é o suficiente, com sobras, para conduzir Alckmin de sua casa até o Palácio dos Bandeirantes no dia 1 de janeiro, se for eleito, pisando em dinheiro.

Somente a possibilidade de concretizar desejos estranhos como o descrito acima pode explicar, nos dias de hoje, o gosto por guardar tanto dinheiro em espécie em casa. A trilha de notas sugerida para Quércia é algo tão bizarro quanto a piscina de patacas do Tio Patinhas. Num país sem inflação, com um sistema bancário sólido, por que tantos candidatos declaram à Justiça eleitoral guardar volumes tão altos de grana viva em casa?

Pode não servir para explicar tudo, mas declarar altas somas de dinheiro fora do sistema bancário ajuda a acertar contabilidades que, de outras formas, não fechariam. É impossível verificar a existência de tal dinheirama. Se alguém quiser atestar se de fato o dinheiro existe, bastará ao dono dizer que o gastou na véspera. Será simplesmente impossível rastrear-se para saber se é verdade. Guardar altas quantias em casa, porém, não é algo irregular. É um fato. E a explicação dada por todos os candidatos que assim fazem para explicar tal hábito. A começar pela candidata do PT, Dilma Rousseff, que diz ter R$ 133,3 mil no seu cofre, ou no seu colchão.

Quércia é o dono do colchão mais polpudo, mas está longe de ser o único dos candidatos a cargos eletivos em outubro que revela ter esse estranho hábito. O Congresso em Foco levantou toda a turma do dinheiro no colchão que disputa este ano cargos majoritários. Ficaram de fora os descrentes no sistema bancário que concorrem para o Legislativo, como deputados federais, distritais ou estaduais.

Depois de Quércia, quem possui a maior fortuna fora dos bancos é Nilo Coelho, candidato a vice-governador de Paulo Souto, do PSDB, na Bahia. Ele afirmou ter R$ 912,6 mil em casa. O senador Romero Jucá (RR), líder do governo, é outro caso curioso: diz ter R$ 548 mil guardados em casa. Isso representa nada menos que 89% de tudo o que Jucá declarou. A menor quantia declarada pertence a Toninho do Psol, candidato a governador do Distrito Federal, que disse ter em casa R$ 2 mil.

Veja quem declarou guardar dinheiro em casa

CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA

Dilma Rousseff (PT) – R$ 133,3 mil

CANDIDATOS A GOVERNADOR, VICE E SENADOR

ALAGOAS

VICE-GOVERNADOR

Galba Novais (PRB)- R$ 20 mil (vice de Fernando Collor, do PTB)

AMAZONAS

GOVERNADOR E VICE

Omar Aziz (PMN) – R$ 50 mil

José Melo (PMDB) – R$ 200 mil (vice de Omar Aziz, do PMN)

SENADOR

Eduardo Braga (PMDB) – R$ 100 mil

Vanessa Grazziottin (PCdoB) – R$ 30 mil

AMAPÁ

GOVERNADOR E VICE

Lucas (PTB) – R$ 85 mil

Jaime Nunes (PSDC) – R$ 240 mil

BAHIA

VICE-GOVERNADOR

Nilo Coelho (PSDB) – R$ 912,6 mil (vice de Paulo Souto, do PSDB)

RIO GRANDE DO SUL

GOVERNADOR

Nubem Medeiros (PCB) – R$ 5,4 mil

SENADOR

Germano Rigotto (PMDB) – R$ 160 mil

CEARÁ

SENADOR

Eunício Oliveira (PMDB) – R$ 153 mil

DISTRITO FEDERAL

GOVERNADOR E VICE

Filipelli (PMDB) – R$ 20 mil (vice de Agnelo Queiroz, do PT)

Toninho do Psol – R$ 2 mil

Joaquim Roriz (PSC) – R$ 160 mil

Jofran Frejat (PR) – R$ 250 mil (vice de Joaquim Roriz)

GOIÁS

VICE-GOVERNADOR

José Éliton (DEM) – R$ 20 mil (vice de Marconi Perillo, do PSDB)

Ernesto Roller (PP) – R$ 68 mil (vice de Vanderlan, do PR)

SENADOR

Lúcia Vânia (PSDB) – R$ 320 mil

MATO GROSSO DO SUL

GOVERNADOR

Zeca do PT – R$ 60 mil

SENADOR

Dagoberto Nogueira (PDT) – R$ 160 mil

MINAS GERAIS

GOVERNADOR

Hélio Costa (PMDB) – R$ 24 mil

Zé Fernando Aparecido (PV) – 37 mil

PARÁ

SENADOR

Flexa Ribeiro (PSDB) – R$ 265 mil

PARAÍBA

SENADOR

Wilson Santiago (PMDB) – R$ 200 mil

Vitalzinho (PMDB) – R$ 215 mil

PARANÁ

GOVERNADOR

Amadeu Felipe (PR) – R$ 55 mil

Rodrigo Rocha (PMDB) – R$ 10 mil (vice de Osmar Dias, do PDT)

SENADOR

Roberto Requião (PR) – R$ 400 mil

PIAUÍ

GOVERNADOR

João Vicente Claudino (PTB) – R$ 350 mil

Raimundo de Sá Filho (PSDB) – R$ 125,7 mil (vice de Silvio Mendes, do PSDB)

Wilson Martins (PSB) – R$ 50 mil

SENADOR

Ciro Nogueira (PP) – R$ 210 mil

Mão Santa (PSC) – R$ 95 mil

RIO DE JANEIRO

GOVERNADOR

Fernando Peregrino (PR) – R$ 2,5 mil

SENADOR

Carlos Dias (PT do B) – R$ 38 mil

Marcelo Cerqueira (PPS) – R$ 380 mil

RIO GRANDE DO NORTE

GOVERNADOR

Alvaro Dias (PDT) – R$ 120 mil (vice de Carlos Eduardo, do PDT)

Robinson Farias (PMN) – R$ 55 mil (vice de Rosalba Ciarlini, do DEM)

RORAIMA

SENADOR

Lauro Barreto (PHS) – R$ 50 mil

Romero Jucá (PMDB) – R$ 545 mil

SANTA CATARINA

GOVERNADOR

Angela Amin (PP) – R$ 63 mil

Ideli Salvatti (PT) – R$ 50 mil

Manoel Dias (PDT) – R$ 80 mil (vice de Ângela Amin, do PP)

SENADOR

Hugo Bihel (PP) – R$ 130 mil

Paulo Bauer (PSDB) – R$ 27 mil

SÃO PAULO

GOVERNADOR

Fábio Feldmann (PV) – R$ 20 mil

Paulo Skaf (PV) – R$ 20 mil

Eliana Ferreira (PSTU) –R$ 60 mil

Afif Domingos (DEM) – R$ 380 mil

SENADOR

Aloyisio Nunes (PSB) – R$ 50 mil

Toni Curiati (PP) – R$ 30 mil

Orestes Quercia (PMDB) – R$ 1,3 milhão

SERGIPE

SENADOR

João Augusto Nascimento (PSDC) – R$ 100 mil

TOCANTINS

GOVERNADOR

Siqueira Campos (PSDB) – R$ 30mil

SENADOR

Vicentinho Alves (PR) – R$ 100 mil

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