12/05/2025
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Quinho, Wantuir e Bruno Ribas estão fora da elite do carnaval do Rio de Janeiro

Bruno Ribas, Wantuir e Quinho 
Por Marcelo Barros, do site http://sambarazzo.com.br
Nomes consagrados da recente história do Carnaval do Rio de Janeiro estarão de fora do grupo especial no desfile das Escolas de Samba. Os puxadores Quinho, Wantuir e Bruno Ribas não estarão na elite da folia carioca e deixarão suas vozes marcantes em outros carnavais.

A dança das cadeiras do Carnaval não é novidade. Há tempos, é alvo de observação e até de crítica de apaixonados pelo samba. Um resultado ruim, uma nota diferente de 10, um campeonato perdido… Fatores que impulsionam os instintos mais primitivos de dirigentes e torcedores. E, assim, a mudança acontece.
Enredo em 1990, “E o Samba Sambou”, da São Clemente, tratava do assunto há quase 30 primaveras. Outros tantos entendem que a lei de mercado deve atuar, tornando salutar qualquer transferência – minha voz, minhas regras.
O ano de 2018 apresenta três grandes cantores fora dos microfones do Grupo Especial. Trinta e cinco anos de Avenida e muita experiência não foram suficientes para manter o mítico Quinho na primeira divisão. Atualmente contratado pela Santa Cruz, da Série A, pretende futucar rumo ao acesso da escola à elite. E garante defender a proponente ao elenco principal da festa com todo orgulho e disposição.
– Por uma opção de vida, acabei alijado (afastado) há três anos. Claro que sinto muita saudade do Salgueiro, onde deixei a porta entreaberta, mas não me aguento de tanta felicidade por poder defender a bandeira da Santa Cruz. Tem tradição, montou uma verdadeira seleção brasileira, e tenho certeza que isso só pode dar em Grupo Especial já, já. Estou muito feliz – crava.
“Estou muito bem na foto”, assegura Quinho
Negando qualquer tipo de dificuldade financeira, o craque do futuca revela que continua fazendo shows pelo mesmo cachê e, Que máximo!, ressalta que as décadas de elite tornam irrelevante para um contratante a sua eventual ausência do show principal.
– Estou muito bem na foto, obrigado. Faço meus shows e os 35 anos de Especial me garantem uma ideia geral de que ainda estou lá. Saí por uma escolha de vida e tenho certeza que retornarei em breve. Provavelmente, com o acesso da Santa Cruz – torce.
“Estou adaptado aos paulistas”, frisa Bruno Ribas
Outro que conseguiu muita projeção nos últimos anos e estará de fora da maior festa novamente é Bruno Ribas. Com passagens importantes por Portela, Mocidade e Grande Rio, e títulos na Unidos da Tijuca, defenderá a Tom Maior no carnaval de São Paulo. A quem interessar, se declara satisfeito.
– Não tenho problema algum em ficar fora no Rio de Janeiro. Estou adaptado aos paulistas, pessoas boas, cumpridoras de compromissos. A Tom Maior me garante uma ótima vida como artista, salário em dia e estrutura para trabalhar – garante.
Outro alívio nas finanças é proveniente das disputas de samba-enredo. Pegou umas obras, defendeu e embolsou um qualquer bacana, dando ainda mais tranquilidade neste ano sem o “maior espetáculo da  Terra”.
“É como se tivesse sido expulso de casa”, assume Wantuir, fora da Sapucaí
Uma outra visão tem o clássico Wantuir Oliveira. Marcante a partir de 1996, pela Unidos do Porto da Pedra,  puxa do currículo interpretações históricas, uma voz charmosa e potente e 30 chegadas na Praça da Apoteose na carcaça. Fechado inicialmente com a Vai Vai para o próximo desfile, acabou se desentendendo, e ficou de fora da festa, não conseguindo nem se incluir na rentável dança das escolhas de samba.
De qualquer forma, o autor do bordão “Adoro, adoro” permanece cantando em Uruguaiana (RS), Guaratinguetá (SP), Belém do Pará, mas sente que falta algo: bate aquela saudade do seu lar habitual, a carioca Marquês de Sapucaí. Fora isso, confessa um impacto grande no dia a dia, no fôlego financeiro.
– Claro que lamento muito estar fora do Grupo especial, depois de 30 anos. É como se tivesse sido expulso de casa. Ninguém é obrigado a me contratar, óbvio. Quero que me entendam como útil, como um bom profissional, não pelo meu nome ou por compaixão. Espero reverter logo este quadro e dar a volta por cima. As coisas não estão boas. Fechei com a Vai Vai e isso me fez recusar convites na Série A do Rio de Janeiro e nas disputas de samba. As portas não estão abertas neste momento, e torço pra essa maré passar logo – admite
Cabem 13 no desfile maior, salvo exceções de escolas que optam por time de cantores (Mangueira terá em 2018 a estreante dobradinha Ciganerey e Péricles), o que torna natural muitos talentos ficarem de fora. A torcida é para a estruturação dos outros grupos, novos palcos e abertura de mais e mais mercados que abriguem Brunos, Quinhos, Wantuirs e outras marcas e vozes privilegiadas da festa brasileira.
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Com informações do site http://sambarazzo.com.br/

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