18/05/2024
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Segunda feira marcada com desfiles das Escolas de Samba: Terrestre, Tunel, Ribamar e Flor do Samba


No penúltimo dia de desfiles na Passarela do Samba, na Segunda-Feira Gorda de Carnaval, e último da apresentação das escolas de samba, quatro agremiações consagraram a volta das agremiações ao Carnaval de São Luís. Terrestre do Samba, Túnel do Sacavém, Unidos de Ribamar e Flor do Samba fecharam os desfiles das escolas depois de dois anos sem se apresentarem na Passarela. A noite contou também com a apresentação de blocos organizados. As agremiações iniciaram a passagem pela avenida 15 minutos depois do previsto.
Terrestre do Samba – A Terrestre do Samba, agremiação da Estiva, entrou na Passarela às 21h43 com as bênçãos das cortes momescas tradicional e da 3ª idade. Os destaques da escola, que defendeu o tema De rei e louco, todo mundo tem um pouco, foram uma ala de regueiros com coreografia e Paulo Roberto Silva dos Santos, 21 anos, que desfilou os 200 metros da Passarela fazendo embaixadinhas. Por causa do atraso do primeiro desfile, a programação das outras escolas foi alterada.
Túnel do Sacavém – A comissão de frente da Túnel do Sacavém entrou na avenida quando já passava das 23h. O fundador da escola, Babá, ditou o ritmo do desfile com o enredo No arco-íris da diversidade, meu universo é multicor, uma crítica às diversas formas de preconceito contra homossexuais, mulheres, idosos e crianças.
Um total de 15 alas, três carros alegóricos, 80 ritmistas e 1.500 passistas representaram a agremiação, fundada em 22 de novembro de 1997, que desfilou mais uma vez em busca do primeiro título. A melhor colocação conseguida pela escola foi o quarto lugar nas disputas carnavalescas de 2002 e 2003.
Para acompanhar o enredo que falava sobre “sair do armário”, interpretado por Allysson Ribeiro, o desfile ousado contou com várias passistas transexuais seminuas como destaques de chão, mas também contou com os tradicionais casais de porta-bandeira e mestre-sala defendendo as cores verde, amarelo, azul e branco.
Com muita animação, os integrantes da escola agitaram o público nas arquibancadas. Um dos integrantes era Rodrigo Rocha, que enfrentou uma maratona desde que os desfiles começaram. “Ontem [domingo], já desfilei em três escolas. Hoje, passo de novo em outra escola”, disse.
Unidos de Ribamar – A penúltima escola a se apresentar foi a Unidos de Ribamar, do bairro Moropoia, em São José de Ribamar. Com o tema Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, a agremiação prendeu a atenção do público com a comissão de frente, que representava o inferno. Uma apresentação teatral misturada a samba mostrou diversos personagens sendo condenados por cometerem pecados tão atuais, como pedofilia, corrupção e casos de abusos por parte de pastores evangélicos.
Um dos integrantes da comissão de frente, Wilson Maia,35, contou que foi a primeira vez que desfilou na Passarela. Segundo o ator da Companhia de Dança Folclórica Fogo Caipira, o grupo passou uma semana ensaiando a apresentação. “Sempre tem pequenas surpresas, ainda mais em uma Passarela. Acho que poderia fazer melhor, pois o ator sempre tem essa necessidade de se superar. Mas foi muito positivo”, afirmou.
Também encantou o público o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, mas quem estava nas arquibancadas sentiu falta da presença da bateria, que já havia entrado na Passarela logo após a comissão de frente, mas só tocou aos 26 minutos de desfile, próximo à área de recuo. Assim, as pessoas que estavam próximo à concentração não conseguiram ouvir o som dos instrumentos.
Flor do Samba – A escola mais esperada da noite, a Flor do Samba fez o público vibrar com o desfile dedicado a Leocádia Arouche, responsável pela ala das baianas e faleceu há oito meses, e o estilista maranhense Chico Coimbra, que morreu no dia 7 de fevereiro. Até os jurados, que estavam apáticos durante os outros desfiles, levantaram de suas cadeiras para acompanhar melhor a passagem da agremiação do Desterro.
Na disputa pelo tão desejado título de campeã do Carnaval 2014 de São Luís, a Flor do Samba levou para a Passarela o tema Eu sou o néctar da felicidade com samba-enredo interpretado por Luiz Carlos Pinheiro, o Vovô, que é cenógrafo da escola e produziu dois tripés e duas alegorias pequenas de frente que desfilaram este ano além dos cinco carros, que foram as maiores alegorias entre todas as escolas.
Para convidar o público a cair na brincadeira, a diretoria distribuiu balas ao público. Na Passarela, o show ficou por conta da comissão de frente, que misturou balé ao samba e à diversidade das alas que representaram os variados momentos de felicidade para crianças, com um grupo de palhaços, e para adultos, com uma turma de formandos.
“Nada mais que falar sobre a felicidade humana que começou no Paraíso pelo Deus da criação e acaba hoje no planeta Terra. Hoje, todos os segmentos dessas buscas, valores materiais, imateriais, sonhos, a Flor do Samba vai contar. Nossos carros são cinco templos: da Criação, do Amor, da Fartura, dos Sonhos e da Fé, que representam o néctar da felicidade”, detalhou Dominguinhos Lopes, carnavalesco da Flor do Samba.
Com milhares de integrantes e muitas alegorias, a escola teve que correr contra o tempo no fim do desfile para conseguir passar antes do fechamento dos portões. Faltando 20 minutos, um dos carros alegóricos ainda estava na área de concentração. Mas a diretoria conseguiu acertar a passagem das últimas alas.
A Flor do Samba, que foi segunda colocada no último Carnaval de Passarela em 2012, encerrou os desfiles com uma grande festa. Na área da dispersão, a torcida e parte do público das arquibancadas gritavam “É campeã!” ainda sob as últimas batidas da bateria.

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