A pressão de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que Milton Ribeiro, ministro da Educação, seja demitido está aumentando. Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, do g1, líderes evangélicos, assessores do centrão e militares devem reforçar a necessidade de que o ministro deixe o cargo. O objetivo é aplacar a crise no MEC, gerada após áudios de Ribeiro serem vazados.
Nos áudios, Milton Ribeiro afirma que o MEC tem favorecido pastores evangélicos com repasse de verbas do ministério, a pedido de Jair Bolsonaro. Os municípios que recebem os recursos são os indicados por líderes religiosos, como Gilmar Santos e Arilton Moura.
Aliados de Bolsonaro avaliam que o escândalo pode prejudicar a reeleição do presidente. Segundo o Datafolha, Jair Bolsonaro tem 26% das intenções de voto, enquanto Lula tem 43%.
Apesar da crise, na última quinta-feira (24) Bolsonaro afirmou que está disposto a colocar “a cada no fogo” por Milton Ribeiro. Por outro lado, segundo Andréia Sadi, Interlocutores do presidente avaliam que a situação do ministro da Educação é insustentável.
De acordo com a jornalista do g1, a impressão dos aliados de Bolsonaro é de que o presidente pode ser afetado em duas frentes:
Bolsonaro perde o argumento de que não há corrupção no atual governo
Lideranças evangélicas, que integram a base de apoio do presidente, reclamam que o Milton Ribeiro está manchando a imagem dos religiosos.
Líderes religiosos planejam gravar vídeos para aumentar a pressão pela saída do ministro da Educação. Alguns contam com o apoio do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, para que ele convença Milton Ribeiro a deixar o cargo. De acordo com o g1, uma das possibilidades é que o ministro deixe o posto sob o argumento de que será candidato na eleição de 2022, o que não estava previsto até o momento.
Ribeiro convocado ao Senado
O Senado aprovou na manhã desta quinta-feira (24) a convocação de Milton Ribeiro. A audiência vai acontecer na próxima quinta-feira (31). A aprovação acontece após acusações de repassar verbas do MEC a municípios indicados por pastores evangélicos.
A convocação de Ribeiro foi comemorada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede). “Acabamos de aprovar na Comissão de Educação do Senado, a vinda do Ministro da Educação, Sr. Milton Ribeiro, para explicar as acusações do Bolsolão do MEC!”, escreveu nas redes sociais.
Segundo informações da rádio CBN, durante a madrugada, Milton Ribeiro enviou um ofício ao presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Marcelo Castro. No documento, ele afirma que pode comparecer à Comissão sem problemas.
“Levando em consideração os últimos acontecimentos envolvendo assuntos relacionados a estre Ministério, coloco-me à disposição dessa Comissão para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários”, diz o ofício.