09/12/2024

Assinatura de Acordo e conferência da ex-ministra da Igualdade Racial marcam abertura da VII SEAFRO e II CIPAM

SÃO LUÍS – Recitando poemas da escritora, romancista, educadora, abolicionista, musicista e compositora Maria Firmina dos Reis, estudantes do Projeto Afrocientista abriram a VII Semana Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Seafro) e o II Colóquio Internacional Políticas Antirracistas no Mundo (Cipam), realizados no auditório do Centro Pedagógico Paulo Freire, na Cidade Universitária. A noite solene foi marcada ainda com assinatura do Termo de Cooperação Técnico-Científica e com a conferência Universidades Moçambicanas e Brasileiras: os novos desafios da cooperação internacional Sul-Sul, ministrada pela professora da UFMG e ex-ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, Nilma Lino Gomes.

Organizados pela Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Liesafro), pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) e pelo Núcleo Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Niesafro) da UFMA, em parceria com o Governo do Estado do Maranhão, os eventos buscam ampliar e consolidar o diálogo com o continente africano, por meio de debates sobre os conhecimentos históricos da cultura africana e afro-brasileira e das políticas antirracistas. Com base nisso, a UFMA assinou um Termo de Cooperação Técnico-Científica com a Universidade de Rovuma, com a Universidade Pedagógica de Maputo de Moçambique e com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o intuito de estreitar os laços entre as Instituições na divulgação de saberes.

“Estamos caminhando para um processo de cooperação interinstitucional e, particularmente, com universidades do continente africano. Dessa maneira, a assinatura do acordo técnico-científica estabelece diálogos que nos permite realizar pesquisas a partir da ancestralidade africana em uma perspectiva intercultural”, frisou uma das coordenadoras dos eventos e coordenadora da Liesafro, Kátia Régis.

Vale ressaltar que no mesmo dia, no Palácio dos Leões, foi assinado um Termo de Cooperação Técnico-Científica entre o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), com o intuito de financiar a realização de trabalho de campo na cidade de Maputo, em Moçambique, de 45 integrantes da Liesafro, em setembro de 2020, além da formação de 500 professores da educação básica do Maranhão, também no próximo ano.

O reitor Natalino Salgado relembrou a criação da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, quando estava à frente da UFMA, no período de 2007 a 2015, exaltando os eventos como forma de consolidar o curso inédito no Brasil.

“Isso mostra que foi um a bela iniciativa e a abertura desses eventos é uma continuidade desse curso, que vêm celebrar esse momento grandioso, colhendo os frutos e sendo referência no país, com bom aproveitamento e corpo docente qualificado, caminhando para a internacionalização, firmando convênios com várias nações de língua portuguesa. A partir de agora, esses profissionais, formados na UFMA, por meio da Liesafro, farão a diferença no ensino básico do nosso Estado”, pontuou.

Para o reitor da Universidade Rovuma, em Moçambique, Mário Jorge dos Santos, o acordo vem para estreitar a cooperação entre as universidades. “É uma grande oportunidade para que os estudantes de ambas as instituições possam fazer mobilidade e perceber como vivem os povos de cada país e de que forma poderemos fortalecer nossa ‘voz’ para o mundo sobre tudo àquilo que se configure preconceito e compartilhar as oportunidades que se abrem para o desenvolvimento dos nossos povos e comunidades acadêmicas e raciais”, ressaltou.

Já o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano, prevê a criação de projetos em prol da interculturalidade entre brasileiros e moçambicanos. “Nascerão, a partir desses encontros, projetos de investigação comuns, com vista a uma aproximação de conceitos entre os países, provocando uma interculturalidade ou intersubjetivação, como costumo definir, entre brasileiros e moçambicanos, por meio da Universidade”, antecipou.

Em seu discurso, a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Almeida, disse que luta pelo trabalho coletivo das instituições de ensino superior. “Buscamos uma construção conjunta em prol de um país melhor, mais equânime, justo, ético e solidário”, destacou.

A conferencista Nilma Gomes abordou as questões ligadas a cooperação internacional e principalmente a cooperação com a África e o papel do movimento negro nesse processo. “A palestra discutiu os desafios ao realizar um processo de cooperação sul-sul, que se configura em um rompimento da cooperação internacional, principalmente acadêmica, que privilegia muito o eixo norte-sul”, denunciou.

Sobre a VII Seafro e o II Cipam, ela destaca que é “uma ação importante de articulação entre os alunos e diferentes grupos que podem interagir com pesquisadores africanos, participando dos grupos de debates”, finalizou a ex-ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil.
Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.e

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