Sayad pretende reduzir de 1,8 mil para 400 os funcionários da TV Cultura
O presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, pretende reduzir o número de funcionários que cuidam da produção dos programas da TV Cultura.
O presidente da Fundação pretenderia reduzir o número de funcionários da TV Cultura em quase 80%, passando dos atuais 1,8 mil para 400. O objetivo do corte seria para que a emissora deixasse de produzir programas de entretenimento para encomendá-los a produtoras independentes e comprá-los no mercado internacional, tornando-se uma coprodutora.
Devido às eleições de outubro, Sayad não poderá demitir funcionários contratados em regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Cerca de 1,2 mil pessoas, que trabalham na Cultura sob essa especificação, teriam seus empregos garantidos até janeiro de 2011. Porém, profissionais contratados como pessoas jurídicas, entre 600 a 800 empregados, podem ser demitidos a qualquer momento.
Outro setor que sofreria com as mudanças seria o Jornalismo, que deixaria de investir em noticiários diários, considerados caros, para começar a focar em debates sobre as notícias. O “Jornal da Cultura” apresentará essa nova abordagem a partir de setembro.
Atualmente, a emissora paulista tem um orçamento de cerca de R$ 230 milhões. R$ 50 milhões têm origem nas vendas de espaço para anunciantes nos intervalos da programação do canal, e R$ 60 milhões vêm de prestação de serviços (produção de programas e vídeos para instituições do Estado de São Paulo, como a TV Assembleia).
Até 2011, a TV Cultura não veiculará publicidade comercial nos intervalos de suas atrações e não produzirá programas para órgãos públicos.
Cara e ineficiente
Em comunicado oficial, a emissora não desmentiu as prováveis demissões e afirmou que, embora a TV seja um “patrimônio querido dos paulistas”, tornou-se cara e desatualizada. “A TV Cultura é patrimônio querido dos paulistas e brasileiros, com um acervo de ótimos programas e vários artistas e jornalistas de sucesso que começaram aqui, mas que precisa se renovar. Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente”, disse o texto.
“Esta é a proposta de renovação que a Administração levará ao Conselho da Fundação Padre Anchieta: a revitalização dos programas admirados, a modernização dos processos administrativos, bem como dos equipamentos, e contando com os talentos que a emissora possui e com a contratação de novos apresentadores e jornalistas”, finaliza o comunicado.
Fonte: Portal Imprensa