Silvio Barsetti
Direto do Rio de Janeiro (RJ) – Terra
Entre as missões do novo comandante está esvaziar CPI e inviabilizar Liga Sul-Minas-Rio
Envolvida em escândalos de corrupção, a direção da CBF dá evidências de que articula uma nova estratégia para tentar blindar o presidente Marco Polo Del Nero, personagem que estaria sob investigações do FBI. O dirigente escalou recentemente o vice Fernando Sarney como seu eventual substituto, em caso de um pedido de licença do cargo, hipótese cada vez mais provável.
Antes, o nome preferido por Del Nero era o de outro vice da entidade, o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES). Mas o parlamentar perdeu a confiança do presidente por suas últimas movimentações no Congresso.
Filho de José Sarney, Fernando foi alvo de investigação da operação “Faktor” da Polícia Federal, deflagrada em 2007, por suposto envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Mas o Superior Tribunal de Justiça anulou todas as provas obtidas pela polícia. Os ministros do STJ consideraram ilegais os grampos que deram origem às quebras de sigilo.
Fernando Sarney tem duas missões imediatas. Esvaziar a CPI do Futebolno Senado, que investiga a CBF, e tentar a todo custo inviabilizar a Liga Sul-Minas-Rio. Já começou a agir e, em sintonia com Del Nero, comandou a maior parte da reunião que contou com representantes das 27 federações estaduais na sede da CBF, na quarta. A medida foi um recado para os demais dirigentes: de agora em diante, Fernando tem voz e poder na entidade.
Dos cinco vices da CBF, ele sempre deixou claro que era o que menos conhecia futebol e ia poucas vezes à confederação. Agora, já desfruta até de um gabinete no prédio da Barra da Tijuca.
