O evento é gratuito e acontecerá no dia 1º de novembro, no Quilombo Urbano Liberdade, reunindo mestres, artistas e coletivos que mantêm viva a tradição afro-maranhense.
A batida do tambor vai ecoar pela Liberdade no dia 1º de novembro, a partir das 19h, com a edição Rota Quilombola do Festival Ayó de Música Negra, que transforma
o território quilombola urbano em palco de celebração, arte e ancestralidade. Realizado pela Associação Cultural Pé no Chão, em parceria com o Boi de Leonardo, o Festival ocupa um dos mais simbólicos espaços da cultura negra de São Luís, promovendo o encontro entre tradição e contemporaneida
de.
Mais que um evento, a Rota Quilombola é um movimento de afirmação identitária, que valoriza os saberes e fazeres tradicionais das comunidades quilombolas urbanas, conectando gerações e linguagens: do tambor ao reggae, do bumba-meu-boi à poesia preta. A proposta é transformar os quilombos urbanos em territórios de memória viva, onde a arte é também resistência e instrumento de pertencimento.
A programação musical reúne nomes que expressam a diversidade da música negra no Maranhão, como DJ Makanak Brother, Tambor de Crioula Mestre Leonardo, DJ Clisma, Bloco Afro Abiyeye Maylô, DJ Peito de Pombo e o tradicional Bumba Meu Boi da Floresta. A fusão entre beats eletrônicos e ritmos ancestrais revela o pulsar criativo de uma nova geração de artistas negros e quilombolas que reinventam suas raízes sem abrir mão da tradição.
Durante o dia, o público poderá participar de oficinas e rodas de conversa voltadas à transmissão de saberes. Pela manhã, haverá oficina de zabumba com as zabumbeiras na Sede do Boi de Leonardo; à tarde, no Centro de Cultura e Turismo do Quilombo Urbano, ocorre a oficina de toque de tambor de crioula com o Mestre Zió — momentos de partilha e escut
a entre mestres, mestras e jovens aprendizes.
Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), do Governo Federal, operacionalizada pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (SECMA), o Festival reforça o compromisso com a democratização do acesso à cultura negra e o fortalecimento das identidades quilombolas como pilares da arte e da cidadania maranhense.
“O Ayó é sobre o poder do encontro. Cada tambor que toca é uma memória que desperta, e é também resistência. A Rota Quilombola nasce para lembrar que os quilombos não são passado — são presente e futuro da cultura negra no Maranhão”, destaca Andrea Frazão, uma das coordenadoras da Associação Cultural Pé no Chão.
Entre a força da batida do reggae, tambores e corpos em movimento, o Festival Ayó de Música Negra – Rota Quilombola reafirma a potência dos quilombos urbanos como espaços vivos de criação, celebração e resistência. Em cada som, um chamado à ancestralidade. Em cada corpo, uma história que dança.

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