22/05/2025
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Maranhao impede entrada de comissoes de Direitos Humanos em Pedrinhas

Desde o ano passado, 62 presos morreram no Complexo de Pedrinhas - Márcio Fernandes/Estadão

Antes de ser barrado, grupo havia chegado de surpresa e constatado péssimas condicoes no Centro de Detencaoo Provisória



Artur Rodrigues – Enviado especial a São Luis

SÃO LUÍS – O governo de Roseana Sarney (PMDB) impediu nesta sexta-feira, 10, que uma comitiva formada por deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão e por integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrasse em presídio do Complexo de Pedrinhas. A deputada Eliziane Gama (PPS) tentou conseguir autorização para entrar, mas teve pedido negado pelo secretário de Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, por meio de mensagem de texto.
Antes de ser barrado no Presídio São Luís 1, o grupo havia chegado de surpresa e constatado péssimas condições no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, onde 21 presos se aglomeram em celas para seis. A negativa à entrada de Eliziane, presidente da Comissão de Direitos Humanos e provável candidata de oposição ao governo Roseana, ocorre dois dias depois da visita da Comissão de Segurança, presidida por um aliado da família Sarney, o deputado Roberto Costa (PMDB). Em entrevista à imprensa após sair do local, Costa elogiou o governo.

Um agente afirmou que o grupo só entraria se alguém fizesse “alguma ligação”. “Quer dizer que só pode entrar aliado”, disse a deputada enquanto tentava entrar. “Peço-lhe a compreensão e uma comunicação prévia para realizarmos o plano de segurança para visitação de autoridades às nossas unidades prisionais”, disse Sebastião Uchôa, por mensagem de texto. Desde o ano passado, 62 presos morreram no Complexo de Pedrinhas.
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Protesto contra falta de seguranca reune 500 pessoas no Maranhao

Grupo, que percorreu cinco quilômetros, pedia a desmilitarização da polícia

Ernesto Batista – Especial para O Estado
SÃO LUÍS – Aos gritos de “SOS Maranhão, não é boato não, é realidade”, cerca de 500 estudantes e militantes de esquerda fizeram uma manifestação nesta sexta-feira, 10, no centro de São Luís para protestar contra a falta de segurança no Maranhão e o que eles chamaram de “falência dos serviços públicos” no Estado. 
Os manifestantes pediam a desmilitarização da polícia e focaram na onda de ataques que ocorreu na última sexta-feira, 3, na capital, que deixou um saldo de cinco ônibus queimados, duas delegacias atacadas, uma criança morta e outras quatro pessoas feridas.
O grupo se reuniu em frente à Biblioteca Benedito Leite, na praça Deodoro, tradicional ponto de encontro de manifestações estudantis da capital maranhense, por volta das 17h e percorreu um trajeto de quase cinco quilômetros.
Um dos manifestantes era o estudante Diego Viana, 23 anos, apontado como uma das lideranças da passeata, que foi organizada pelo movimento “Acorda Maranhão”, via redes sociais, e que, em junho de 2013, havia levado cerca de 15 mil pessoas para as ruas da capital. “O movimento é pacífico e não tem uma liderança. O que queremos é melhores condições de vida que o governo estadual não está conseguindo nos garantir hoje”, disse.
A passeata foi acompanhada por agentes municipais de trânsito e passou pelas ruas Rio Branco e Jensen Müller e pela Avenidas José Sarney e Beira mar até chegar aos fundos do Palácio dos Leões, onde foi barrada por um esquema de segurança montado pela Polícia Militar, com homens do Esquadrão de Polícia Montada e do Batalhão de Polícia de Choque.
Reflexos
Contido pelo engarrafamento gerado pela manifestação, o motorista de ônibus Nonato Vieira, 40 anos, disse que o horário era inconveniente. “Sei que a segurança pública tem que ter providências, mas neste horário tem muito trabalhador cansado, querendo voltar pra casa e esta passeata impede”, comentou.
Já o estudante de geografia Ulisses Vasconcelos dos Santos, 21 anos, comentou que foi participar do protesto porque já foi vitima de assaltos e não concorda com a política adotada pelo governo estadual. “É muita falta de respeito e ainda tentam me convencer que foram gastos R$ 131 milhões no sistema penitenciário. Queria saber onde foi parar este dinheiro de fato”, questionou Santos.
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MA diz que urgencia motivou contrato sem licitacao

MARCELO GOMES – Agência Estado

O governo do Maranhão informou nesta sexta-feira, 10, em nota, que a Sonortec foi contratada em setembro de 2013 com dispensa de licitação para reformar a Casa do Albergado Masculino, em São Luís, para cumprir uma ordem judicial que determinou a transferência imediata para lá de presos (no regime semi aberto) que estavam no Complexo de Pedrinhas.
Apesar de a Sonortec ter sido acusada em junho do mesmo ano de envolvimento num esquema que teria desviado R$ 4,9 milhões do Estado, a gestão Roseana Sarney afirma que a empresa foi selecionada para a obra porque “apresentou toda a documentação exigida por lei e entregou a obra no prazo estipulado para que a unidade pudesse receber os detentos”. O comunicado afirma ainda que são inverídicas as afirmações de um diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários de que a Casa do Albergado não foi reformada pela Sonortec.
O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta sexta-feira, 10, que a Sonortec foi acusada por deputados da Assembleia Legislativa de ter sido contratada pelo Grupo de Ação Social Vera Macieira para reformar uma estrada de acesso ao povoado conhecido como Trechos, no município de Raposa. Entretanto, segundo os parlamentares, não há nenhuma localidade com esse nome naquela cidade.
Em nota, o governo maranhense disse que houve um lapso no edital de licitação causado pelo sistema informatizado da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). A pasta informou que as obras estão sendo feitas em acessos de vários povoados dos municípios de Centro Novo, Matões do Norte, Coroatá, Afonso Cunha, Buriti e Passagem Franca, conforme vistoria realizada pelo Conselho Regional de Engenharia do Maranhão (CREA-MA). 

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