09/12/2024

Pré-candidato à Prefeitura de São Luís pelo Rede Sustentabilidade, o jornalista Jeisael Marx garante que não faz parte do consórcio do Palácio dos Leões

GILBERTO LÉDA/ DA EDITORIA DE POLÍTICA

O jornalista Jeisael Marx garante que é um pré-candidato que mudará a atual cultura política de São Luís

Pré-candidato a prefeito de São Luís pelo Rede Sustentabilidade, o jornalista Jeisael Marx enfrentará pela primeira vez uma disputa eleitoral e é também um dos mais jovens postulantes a prefeito da capital.

Ligado ao grupo do governador Flávio Dino (PCdoB), com quem trabalhou desde a campanha de 2014, ele nega que faça parte de um “consórcio de candidatos” do Palácio dos Leões, garante que levará o projeto de candidatura até o fim – quando alguns apontavam que ele poderia estar cavando uma candidatura a vereador – e elenca como um dos maiores desafio da sua pré-candidatura o fato de o seu partido dispor de pouco tempo de propaganda eleitoral.

“Vamos buscar alternativas para compensar a falta das mídias tradicionais”, diz.

Marx diz que quer chegar à Prefeitura para efetivamente comandar o município. “Não o pai, a filha, o irmão, um senador, ou a máfia do interior acostumada a meter a mão no dinheiro público”, completa.

Confira.

Pré-candidato, você foi um dos primeiros a efetivamente iniciar trabalhos de pré-campanha em São Luís, ainda no ano passado. Mesmo assim, existe desconfiança sobre esse projeto. Há alguma possibilidade de você abdicar da disputa pela prefeitura em prol de uma candidatura a vereador?

Ao fazer a afirmativa sobre “desconfiança”, seria necessário dizer objetivamente do que se trata. Sinceramente, eu não sei. O que sei é que nosso projeto de candidatura é bem definido, desde o início: vamos disputar a prefeitura. Nunca houve a pretensão e nem há a possibilidade de deixar a disputa majoritária para tentar uma cadeira na Câmara. Não vou entrar na política fazendo canalhice, nem sendo desleal com as pessoas. Não vou fazer jogos de traição e deslealdade. Seja qual for o resultado da eleição.

A Rede Sustentabilidade mantém conversas com algum outro partido em busca de aliança. O pouco tempo de Rádio e TV na campanha eleitoral parece um problema para você?

Desde o início conversamos com partidos que se alinham às ideias que nós defendemos. Infelizmente, esses partidos não seguiram conosco porque tiverem que cumprir compromissos antigos com outros partidos. Respeitamos. Quanto ao pouco tempo de Rádio e TV, sem dúvida nosso desafio será maior para enfrentar a eleição. Mas estamos dispostos a continuar o que já temos feito: conversar com as pessoas cara a cara, gastar sola de sapato andando nas comunidades. E vamos buscar alternativas para compensar a falta das mídias tradicionais. Sabemos que vamos lutar contra grandes estruturas de mídia, de dinheiro e de política, mas isso não nos mete medo. Confiamos em Deus.

Nos últimos anos, desde a eleição do governador Flávio Dino (PCdoB), em 2014 você sempre esteve orbitando o grupo governista – profissional e politicamente. Fala-se muito na existência de um consórcio de candidatos a prefeito vinculado ao Palácio dos Leões. Você faz parte desse consórcio?

Assim como vocês, eu apenas ouço boatos a respeito desse tal “consórcio”. Se ele existe, eu não sei. E se é que existe, é muito esquisito ver aqueles que seriam membros desse suposto “consórcio” se engalfinhando entre si politicamente. Não faz sentido. Nosso partido sequer participou da eleição do governador em 2014, nem faz parte do seu governo. Nosso projeto de candidatura é independente, e oferece um projeto de gestão moderna: descentralizada, participativa e sustentável. É disso que queremos tratar, e não de picuinhas, boatos e ilações que pouco importam para a cidade.

Tendo estado sempre tão próximo de vários dos pré-candidatos governistas nos últimos anos, você acredita que terá a independência necessária para enfrentar o debate contra eles?

Sou jornalista, e sei que o fato de o jornal O Estado do Maranhão pertencer à família Sarney não coloca todos os jornalistas que nele trabalham consorciados com as candidaturas apoiadas pelo clã. Portanto, natural, pela minha profissão como jornalista, sempre estar próximo de vários políticos, não só governistas. Mas, também sarneyzistas, rochistas e quantos mais “istas” existirem na política em nosso estado. Terei liberdade e independência suficiente para, com todo respeito, fazer os embates necessários com quaisquer um, e mostrar à população que nenhum deles poderá implantar o modelo de gestão necessário para São Luís, por serem filhos de uma cultura política que lhes impede de trabalharem com independência. Estão todos amarrados em grupo, em partidos e em família. São políticos de carreira, filhos de políticos, que vivem da política, dentro de uma cultura de se servir do povo fazendo o povo achar que está sendo servido.

Nas eleições de 2016, atuando como jornalista, você ficou marcado por um duro embate com o deputado Eduardo Braide, então candidato a prefeito pelo PMN, durante uma entrevista. Sua candidatura em 2020 tem como objetivo reviver esse embate, agora numa arena eleitoral?

Imaginar que eu seria candidato com esse objetivo é de uma tremenda falta de inteligência. Nosso objetivo é ser prefeito de São Luís para quebrar esse modelo de administração arcaico ainda existente, para que a cidade tenha um prefeito que, de fato, seja o responsável pela gestão, não o pai, a filha, o irmão, um senador, ou a máfia do interior acostumada a meter a mão no dinheiro público. Os embates são naturais de um processo de disputa eleitoral, não o objetivo. Seria uma idiotice pensar diferente. E se for pra ter embate com ele ou com qualquer outro dentro do processo, que seja.

Seu nome ainda não aparece muito bem cotado nas pesquisas eleitorais realizadas até agora. Você acredita que há tempo para um crescimento satisfatório?

Desde que as pesquisas começaram a ser feitas, meu nome já apareceu à frente de vários postulantes com grande estrutura financeira e política, gente com mandato de deputado, vereador, secretário de estado. Então a afirmativa dentro dessa pergunta não encontra abrigo nos fatos. Se eu não estou “muito bem cotado”, imagina eles. Ademais, nossa missão independe de pesquisa. Eu sequer tenho obrigação de aparecer em pesquisa, e apareço. Nunca concorri em nenhuma eleição, não tenho mandato, não tenho estrutura política nem financeira. Quem tem obrigação de aparecer bem em pesquisa são eles. Vamos continuar, mesmo sem grandes estruturas, levando nossa mensagem à população.

O que motiva efetivamente sua pré-candidatura pela Rede Sustentabilidade?

A certeza de que apenas uma candidatura fora da atual cultura política poderá implementar um modelo de gestão capaz de colocar São Luís nos trilhos da modernidade. O modelo de administração atual é arcaico, superado, e que não mudará se os prefeitos continuarem sendo representantes das elites políticas. Estou disposto a inverter esse processo, porque tenho uma certeza: política não deve ser encarada como carreira profissional, política é missão. Digo com toda humildade, porém com convicção, que sou o único aspirante que se move por essa concepção. Todos os outros candidatos são representantes da política convencional, e, assim, nada muda. É todo mundo amarrado em partido, em família e em grupo. São Luís precisa de alguém com perfil para fazer mudanças administrativas que a cultura política atual não permite que eles façam. Eu farei.

Qual a avaliação que você faz da gestão Flávio Dino?

Tem mais acertos do que erros. E isso é bom. E com todos os erros e acertos, quem comanda o governo é ele. Diferente de governos passados, onde o comando do estado era dividido em família, o marido mandava, o cunhado mandava, cada secretário fazia o que queria. Gostem ou não de Flávio Dino, mas o governador de fato é ele.

Você acredita em legado da gestão Edivaldo Holanda Júnior em São Luís? Se fosse para dar nota, qual seria ela? E por quê?

Óbvio que qualquer gestão deixa algum legado. A atual administração conseguiu avançar em áreas importantes, como na questão dos resíduos; tem boa atuação também na área de Assistência Social. Mas peca miseravelmente em outras áreas importantes como Educação, Saúde, Infraestrutura. Se tiver que dar nota para a gestão do prefeito, dou nota 6,5; No entanto, dou nota 10 para o ser humano que é o Holandinha. lamentavelmente, não conseguiu ser um gestor mais do que regular.

Com você avalia o governo do presidente Jair Bolsonaro?

É cedo ainda para uma avaliação de resultados. Agora que o presidente está no segundo ano de mandato. Ainda tem batido cabeça com algumas questões, muitas idas e vindas, às vezes precisou voltar atrás em algumas decisões. Espero que consiga acertar o rumo.

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