22/05/2025
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Síndrome da Deficiencia do Clodoaldo

JORNAL PEQUENO – CUNHA SANTOS – 03 DE SETEMBRO 2013
E espalha-se na imprensa maranhense, com vigor de epidemia incontrolável, a Síndrome da Deficiência do Clodoaldo, cujos sintomas mais evidentes são fobia de opinião e pânico de comunicação. À simples visão de um secretário de Estado de Comunicação, repórteres estão ficando com cara de vítimas de overdose de Red Bull, aquele energético cuja propaganda insinua que provoca fugas mentais. “Demitir te dá aasaas”.
Outros sintomas são o pavor de escrever, de pesquisar, de perguntar, de investigar, de comparar e de divulgar. A morte da vítima como profissional de imprensa é, portanto, quase certa, o que torna o vírus letal também para a liberdade de expressão e, por consequência, para todas as outras liberdades.
Em geral, as síndromes recebem o nome dos cientistas que as identificaram, ao contrário da Síndrome do Clodoaldo, que recebeu o nome da vítima. E já descobriram que o vírus é pusilânime, arrogante, prepotente, autoritário e foi encontrado pela primeira vez nos herdeiros nazi-fascistas de Hitler e Mussolini, depois de passar algum tempo encubado em Papa Doc e Bashar Al Assad.
Transmitido por secretários de Comunicação, o vírus tem transmissores auxiliares nas diretorias dos jornais. O maior mistério em torno dele é que pode ficar anos no couro de um jornalista sem que, afinal, o jornalista saiba ou a síndrome se manifeste. Os sintomas subjetivos da Síndrome do Clodoaldo podem ser identificados na Síndrome de Estocolmo e na Síndrome de Oslo. De fato, tem jornalista que depois do contágio passa a sentir incompreensível admiração pelo terrorista dos fatos, (Síndrome de Estocolmo) no caso o Secretário de Comunicação do Estado; outros entendem que o diretor do jornal está correto e, portanto, merecem mesmo o castigo (Síndrome de Oslo) da exclusão.
No estágio final da doença – a demissão compulsória sem causa nem origem – a Síndrome da Eficiência do Clodoaldo pode se instalar naqueles que deveriam defender a vítima, os dirigentes de associações de jornalistas e sindicatos. Porque também eles ficam com medo de escrever o que pensam. (JM Cunha Santos).

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