O atraso no início do ano letivo 2017 em diversas escolas da rede pública municipal de São Luís ocorreu por causa de diversas questões, como o fechamento de unidades para reformas, a falta de estrutura de muitos prédios, suspensão das aulas por causa da violência e casos de depredação, além da greve de professores. “Em 2016, fizemos uma greve de 30 dias corridos, que equivalem a 23 dias letivos, que foram totalmente repostos por meio de aulas aos sábados”, afirma a professora Elizabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação.
Em reportagem publicada por O Estado na edição do dia 7 de fevereiro deste ano, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que, devido à greve dos educadores, foi necessário reorganizar o ano letivo de 2016 e que, para as escolas que não aderiram à greve ou que tiveram poucos dias letivos a repor, o início das aulas começou dia 13 de fevereiro.
Entre as escolas com problemas estão a Unidade de Educação Básica (UEB) Raimundo Chaves. Localizada na Vila Bacanga, entrou em reforma, mas as obras nunca foram finalizadas pela Prefeitura de São Luís.
A escola retomou as aulas no começo deste ano para a conclusão do ano letivo, mas a fachada não dá sinais de que o prédio passou por algum tipo de obras de manutenção recentemente. O muro está com o reboco descascado e a pintura, cheia de pichações.
Com a reforma da UEB Raimundo Chaves, os alunos tiveram de ser remanejados para a Associação de Moradores da Vila Bacanga, onde funciona um anexo da unidade de ensino. Entretanto, o banheiro masculino da instituição de ensino está em condições precárias.
Ainda na área Itaqui-Bacanga, a UEB Henrique de La Rocque está com as salas comprometidas e sem condições de receber os alunos.
No dia 2 deste mês, diretores do Sindeducação visitaram a Creche-Escola Maria de Jesus Carvalho, localizada no bairro Camboa. A vistoria aconteceu após o sindicato receber informações de que uma professora estava dando aulas, quando o piso da sala começou a soltar do chão, causando desespero nas crianças.
Em fevereiro, a direção do Sindeducação se reuniu com professores e pais de alunos da UEB Dom José de Medeiros Delgado, escola localizada na Vila Conceição. A reunião aconteceu porque os pais dos alunos pedem a suspensão das aulas, pois a unidade de ensino apresenta graves problemas, tanto estruturais como de insegurança. A escola deveria ter retomado as atividades no dia 13 de fevereiro, nas foi alvo de vandalismo no domingo anterior, dia 12.
O segundo andar do prédio escolar foi depredado; cadeiras foram quebradas; janelas arrancadas; vidros estilhaçados e vários setores pichados. Além da ação dos vândalos, a unidade de ensino tem a sua estrutura comprometida: telhado, forro e problemas elétricos, ao ponto de as salas de aulas ficarem alagadas no período chuvoso. A Semed foi convidada a participar da reunião, mas não enviou representantes.
O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís, que até o fechamento desta edição não se pronunciou sobre as denúncias do Sindeducação.
130 mil estudantes estão matriculados na rede municipal de ensino
280 escolas compõem a rede de ensino municipal
40 escolas não têm condições de receber os alunos para o ano letivo 2017