12/12/2024

VIVEMOS A CULTURA DA RESISTÊNCIA EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO (*)

Não sou daqueles que compartilha que a Rede Globo é um lixo. Não. Definitivamente não é…. O compromisso de qualquer empresa de Comunicação que mantem televisões, jornais, revistas, redes sociais, etc., deveria ser prioritariamente o compromisso com o fato, com a notícia e com a verdade, observando rigorosamente a Legislação vigente e a nossa carta magna: a Constituição Brasileira.

Quando qualquer empresa de comunicação se desvia desses focos de atuação para atender grupos e corporações ela corre o risco de ser desautorizada junto ao seu público e ao público em geral. Esse público, vale lembrar, que ele é massivo, heterogêneo e anônimo, por isso muitos segmentos elegem esta ou aquela empresa para servir de saco de pancadas. A Rede Globo é a bola da vez, até porque o atual mandatário do poder executivo do pais a elegeu como inimiga e resolveu apoiar as suas concorrentes, como empresas honestas, boazinha e que lhes presta um serviço, fundamental: puxar o seu saco e divulgar suas ações, olhando só para o que é considerado favorável para si, segundo o julgamento político dos seus apoiadores ideológicos.

Nessa perspectiva, não poderíamos considerar as empresas puxadores de saco também um lixo? Nesse contexto, coloco-me como um agente que vê o fato e tenta tirar dos acontecimentos as lições que comporta a cada situação. Como pensar esse alinhamento no campo político é complexo, vou desviar minha análise para o campo cultural, relacionando-o ao fato das festas juninas, que acabamos de atravessar sem a normalidade dos anos anteriores, em função da pandemia do Corona vírus 19.

Pois bem, em nosso pais há uma campanha sistemática para concretizar uma verdade hegemonica de que os festejos juninos do Brasil são praticados nas cidades de Caruarú-PE e em Campina Grande-PB. A imprensa todos os anos levantam esse debate e difundem esse fato como verdadeiro, esquecendo-se de outras práticas tão relevantes, como a desenvolvida na região metropolitana da capital maranhense. Mas, a campanha para elevar os festejos juninos de Campina Grande-PB e Caruarú-PE tem um motivo de ser – a ação do poder público a partir de tática de publicitários marqueteiros para vender essa ideia, que ao nosso ver, não reflete a verdade, pois ignora o maior, mais criativo e o mais diversificado festejo junino do mundo: os festejos juninos de são luís do maranhão.

Desse modo, culpo a política cultural desenvolvida pelos poderes públicos do Estado do Maranhão e dos Municípios que integram a região metropolitana de São Luís, que são inoperantes para enfrentar a intensa campanha de marqueteiros anualmente difundida pela Rede Globo e demais veículos de comunicação do país.

Assim, vamos exigir de nossos gestores posturas e determinações de políticas públicas para amparar nossos praticantes do campo da cultura popular, reservando-lhes o reconhecimento que a histórias construiu a partir de sua ação e da determinação de homens e mulheres simples, humildes e bravas para manter viva, atuante e forte no nosso meio comunitário, uma festividade genial com características únicas, que, anualmente deixa o povo feliz e encantado com tanto beleza musical, visual, coreográfica e de relacionamento humano.

Viva nossos boieiros, dançarinos, manifestações culturais, praticantes e apreciadores do nosso meio social e comunitário. Que a Rede Globo, a Rede Band, a Rede Record, a Rede Cultura e as demais redes independentes e comunitárias em geral possam ver essas preciosidades culturais que temos sem necessariamente serem provocadas por campanhas de publicidade milionárias. Só queremos o devido reconhecimento legítimo do qual somos detentores, sem vínculos com tratativas de marqueteiros de plantão. Afinal vivemos a cultura da resistência em constante transformação. Pense nisso. Continuamos atravessando esse período da Pandemia Covid 19.

São Luís, 3.7.2020.

(*) Euclides Moreira Neto – Professor Mestre em Comunicação Social e Investigador Cultural

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