Hoje é dia de Sálvio Dino
19.03.2013
A história do futebol conta: tivemos fenomenais artistas da bola. Não é preciso pontuá-los. Todos do ramo os conhecem, de cor e salteado. Até os recém nascidos já sabem dizer: Pelé, Zico, Ronaldo… etc.
Agora, estão surgindo outros do mesmo calibre. Parafraseando o inesquecível fenômeno na poesia, Bilac: “Quando um bom de bola pendura a chuteira, um outro aparece nos campos e o dom/ inspiração do que se foi, de momento a momento na beleza/ arte futebolística – palpita e resplandece”.
Tudo isso está antenado com um jovem, bom de bola, ora brilhando… invejavelmente nos gramados brasileiros. Sim. Dando show de bola, aqui, além fronteiras… além das nossas águas oceânicas. O “gênio” lá da Vila Belmiro veio com tanta força que, hoje, não só deslumbra, encanta nos gramados. Hoje, fascina em toda parte. Está sendo usado de tal forma que nem ele mesmo sente as desvantagens de sua imagem ser assim – deformada. E virou “garoto-propaganda” de tudo. O mais explorado pelos nossos comerciais, altamente rendosos são os cortes de cabelo e a mudança de namoradinhas, de momento a momento.
O puro exibicionismo estético do menino da Vila está saindo tanto das boas regras do ornamento social/comercial que seu rendimento em campo já não está sendo como antes. Além do exagerado “cai-cai”, das reclamações, vem agora as expulsões. E, por isso, em vez de agradar ao público, vem tendo contra ele a opinião pública. E lá vêm as criticas da crônica esportiva e dos mestres da bola. Por exemplo, Pelé acha que se ele não deixar de lado o corte de cabelo e se preocupar mais com a bola, a sua (dele) muito breve murchará e adeus Copa do Mundo. Já por sua vez, o grande Zico dando uma pitada sobre o comportamento do jovem, bom de bola, sacou: “ele assim está sendo fácil de ser marcado, pois até seus dribles já estão manjados. Ademais está gerando uma péssima imagem pra todo jovem que quer vencer no futebol”.
É verdade, nua e crua: essas histórias de usar bonés durante a noite, principalmente em ocasiões inapropriadas; fotos toda semana em capas de revistas da moda; cabelo bem baixinho e agora cor de espiga de milho já passando; tapas e beijos com “modelos” de rosto queimado de sol, cousas e loisas, – estão, sim senhor, – levando o “bezerro de ouro” “pro brejo”. Daí o estado de espírito preocupante de todos. E o pior é a imagem/mensagem que o menino da Vila passa para todos os jovens que querem, lutam pra ser craque e nele se espelham. Essa mensagem não é, com certeza, a que deverá entrar na mente de todo jovem. A mensagem é, sim, a que tem marcado o nosso ideal de bem servir ao esporte/ futebol, de confiança e de estimulo…
Vivemos num mundo que cada vez mais depende da inteligência e da cultura. É preciso que, no Brasil, se prepare cada vez mais os nossos jovens na pauta do nosso destino, sempre voltado à grandeza da nação, na glória de seu povo.
Meu caro Neymar, lá no meu sertão sempre se disse e com sabedoria: água demais mata a planta.