RIO DE JANEIRO – Assisti, constrangido, à sessão da CPI que está discutindo, mas não ainda decidindo, o escândalo que não sei por que é chamado de Lava Jato, como se o Brasil fosse um carro enlameado que podia ser limpo com um jato da água. Evidente que a nação está cheia de lama, mas com lama ou sem lama poderia andar e chegar ao destino de um país que pretende tornar-se grande e respeitado pela comunidade internacional.
O carro está enguiçado, não vai para frente e nada foi feito até agora para botá-lo em funcionamento normal por falta de combustível.
Diminuir ministérios, cujo número chegou ao absurdo, fará uma economia de palitos. Primeiro, não deveria haver tantos ministérios, que constituíram um erro dramático para um país que não precisaria de tantos pajés, na maioria ociosos.
A demissão e o fechamento de tantos califados aumentarão a oposição e até mesmo a conspiração contra Dona Dilma. Uma cambada de funcionários dificilmente poderá ser absorvida pela administração pública, criando uma legião de descontentes e de desempregados que enfrentarão um mercado potencialmente em decomposição, dada a taxa de demissões sucessivamente mais alta.
Além disso, a máquina administrativa não está apenas enlameada pela corrupção. Há também a incompetência cada vez maior da cúpula que nos governa.
Um ou outro benefício social não dá para resolver os problemas nacionais mais graves que estão levando o Brasil para trás. O problema maior da situação atual é o flá-flu instalado na própria CPI, com a base do governo botando a culpa no passado, principalmente em FHC e no PSDB.
Evidente que acumulamos erros em administrações antigas. O PT não pode se desculpar porque a corrupção e a incompetência chegaram ao Brasil com as caravelas de Pedro Álvares Cabral.