19/01/2025

Carnaval “histórico”: sem festa, sem música e com foliões em casa

Por Thiago Bastos – Jornal O Estado do Maranhão

Pandemia do coronavírus tirou a alegria e representa um fato nunca antes visto em uma das festas mais populares do país; em São Luís, grupos lamentam o cancelamento e calculam prejuízos.

São Luís – Um Carnaval anulado, mais triste, sem as festas, desenvoltura e alegria tão comuns no período momesco. A pandemia do coronavírus, que assola o mundo e acomete milhares de pessoas no planeta, afetou costumes, obrigou as populações a desenvolverem novos hábitos, trocou a máscara de pierrô e colombina pela proteção facial imunológica e interrompe, de forma histórica, a festa mais popular do país.

Em São Luís, com a tradição antiga dos “entrudos” que marcaram o início das festas, o clima é de melancolia e, de forma irregular, populares se organizam para fazer seus “próprios” bailes, ainda que sem o consentimento do poder público que, por sua vez, promete fiscalizar.

Por causa das medidas de isolamento social, a alegria momesca – com a inclusão de foliões nas ruas e avenidas sob a justificativa de curtirem a vida de forma tresloucada, irreverente e descontraída – dará lugar à reclusão e distanciamento entre brincantes. Órgãos públicos suspenderam integralmente as programações, previstas para começar neste fim de semana e que se estenderiam até a Quarta-feira de Cinzas, no próximo dia 17.

Neste período, em tempos “normais”, os blocos estariam finalizando as fantasias, os repiques eram afinados, as baterias das escolas faziam os seus últimos ensaios, os carnavalescos ajustavam os efeitos finais das decorações e o folião comum já mandava, a essas alturas, a mensagem via rede social para o amigo, marcando aquele encontro em um dos circuitos da folia, seja no Centro Histórico ou na Beira-Mar e outros pontos. Ou acertando aquela viagem para o interior, com o embarque em um dos meios de transporte ofertados (ônibus, ferrys) ou veículo próprio.

Será um Carnaval épico por outras razões, personificado pelo lamento dos foliões que devido a este hiato quanto à promoção e participação de festas, deve utilizar o tempo para a reflexão sobre a vida, modos, comportamento e, principalmente, sobre nosso limite como ser humano e sobre nossa pequenez diante de um vírus tão mortal.

O Estado dedicará estas páginas às providências tomadas pelas autoridades públicas para sanar os prejuízos das instituições carnavalescas da cidade, sejam blocos ou escolas de samba. A cadeia produtiva (comércio e artesãos) formada por setores como bares e restaurantes e outros serviços calcula os prejuízos que, a princípio, são imensuráveis.

No entanto, neste momento, todo o sacrifício vale a pena em prol da saúde.

Carnaval 2021, a determinação é evitar aglomerações

Carnaval “sem vida”: sem folia e a espera de compensações
Historicamente, conforme O Estado já contou em suas páginas, o Carnaval em São Luís é o berço das manifestações de rua e organização (ou desordem, como queiram) de pessoas que resolvem se juntar, em determinada hora do dia, para curtirem marchinhas e outras canções. Mas, em tempos de disseminação de coronavírus, estes e outros hábitos estão proibidos pelas autoridades públicas sanitárias.

O coronavírus chegou ao país no pós-Carnaval de 2020. Alguns pesquisadores acreditam que, durante as festas do ano passado, o “corona” pulava de folião em folião, inclusive na capital maranhense. Não há nenhuma comprovação científica, por enquanto, de que durante as festas anteriores, havia casos confirmados da Covid-19, seja na capital ou em outras cidades maranhenses.

No entanto, o Governo do Maranhão, desde o segundo semestre do ano passado, vem estabelecendo regras de conduta em locais públicos e se refere ao Carnaval como uma “festa inviável”. Nem mesmo a tradicional decoração nos pontos da Folia, como as Praças da Saudade, Largo do Caroçudo, na Madre Deus e em outros locais será vista, segundo garantiu a O Estado a Secretaria de Estado da Cultura (Secma), em nota.

Ainda de acordo com a pasta, a “Secma reiterou que não realizará programação este ano, não lançará decoração alusiva à festividade em nenhuma cidade do Maranhão”. Segundo a Secma, o objetivo é respeitar as regras de distanciamento social e desestimular qualquer tipo de aglomeração.

Sobre o futuro, a Secma comunicou que qualquer tipo de atividade presencial, que gere grande público, somente “voltará a ser realizada pela Secretaria com o fim da pandemia, dentro de um quadro de ampla segurança sanitária e mediante a liberação expressa das autoridades em saúde pública do Maranhão”.

Acerca de compensações para grupos culturais de Carnaval, o Governo do Maranhão informou que “novos projetos em apoio ao setor serão lançados em 2021 e a data de publicação do próximo edital está sendo estudada”.

A Prefeitura de São Luís confirmou a O Estado que as programações organizadas na Passarela do Samba, no Anel Viário, estão canceladas e somente serão retomadas com o fim da pandemia. A orientação do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, é evitar qualquer evento que provoque ou estimule aglomerações em rua.

O secretário titular de Cultura de São Luís, Marco Duailibe, disse que a administração avalia qual a melhor forma de amparo às agremiações. “A pandemia chegou a uma proporção que requer extremos cuidados. Alguns dos nossos hospitais estão com 100% de seus leitos ocupados para o tratamento da Covid-19. Infelizmente, o nosso Carnaval, assim como as agremiações que dele fazem parte, foi afetado. Estamos agindo com responsabilidade e compromisso com a vida das pessoas”, disse.

Dentre as medidas, o Município avalia o repasse financeiro às agremiações. Tradicionalmente, blocos e escolas recebem uma contrapartida para o custeio das despesas básicas. A Prefeitura banca ainda a premiação do concurso das manifestações e arca com a montagem e desmontagem da estrutura de Passarela.

O secretário de Cultura cita o contato com as agremiações. “Não podemos promover qualquer tipo de aglomeração no atual momento, por uma questão de saúde pública. Contudo, estamos avaliando criteriosamente alternativas de apoio aos nossos grupos culturais”, disse Marco Duailibe.

O Estado apurou que, no mês passado, a pasta cultural da capital maranhense sugeriu às agremiações um Carnaval em formato virtual, no entanto, devido ao cache considerado baixo para as despesas básicas das manifestações, a proposta foi rechaçada. Algumas agremiações criaram alternativas próprias para manter ativas as programações internas.

SAIBA MAIS

A origem do Carnaval no país inicialmente se dá com o chamado “entrudo”, ou seja, com uma brincadeira que consistia pela saída de um grande grupo pelas principais ruas das cidades, onde participavam desde escravos, passando por libertos e pessoas do povo.

Com adequações sociais do fim do Império e, principalmente, a partir do declínio da atividade escravocrata, adotou-se uma linha de aceitação de igualdade entre classes. Suspensão do Carnaval afeta a economia, admite governo estadual

Em nota, Secretaria de Estado da Cultura não mensurou as perdas financeiras na cadeia comercial relacionada à festa momesca

São Luís – O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), admitiu a O Estado que a economia será afetada com o cancelamento do Carnaval deste ano. Segundo o Executivo, o prejuízo está nas perdas na cadeia comercial (comércio informal, rede hoteleira, restaurantes e outros negócios e serviços). Questionado, o Governo não repassou o índice de queda na arrecadação.

Especialistas avaliam que as perdas em um dos períodos mais atrativos, por exemplo, para o recebimento de visitantes serão sentidas nos próximos anos. O acúmulo de despesas deve gerar demissões e colaboradores do Carnaval percebem os efeitos negativos.

Enquanto as autoridades mensuram a queda no faturamento, agremiações e pessoas que vivem do Carnaval lamentam o fato de que vínculos temporários, firmados a partir da mobilização de blocos (tradicionais, alternativos e populares) e, principalmente, de escolas de samba não ocorreram devido à impossibilidade dos desfiles.

O Estado visitou alguns dos grupos carnavalescos da cidade e constatou mudanças em rotinas e agendas diferenciadas para manter a chama da folia acesa e, ao mesmo tempo, de forma preventiva. Houve quem encontrasse forma de comemorar algo neste Carnaval tão diferente.

Desânimo…
Às vésperas das datas que, tradicionalmente, deveriam ser dos desfiles das escolas de samba da capital (domingo, dia 13 e segunda-feira, dia 14 deste mês), as agremiações que deveriam estar nos últimos reparos de fantasias, alegorias, ritmo das baterias e outros detalhes estão sem atividades.

No bairro Desterro, considerado o nascedouro da capital, está a sede da Flor do Samba, atual campeã do Carnaval da cidade. O barracão da escola, seguindo às recomendações sanitárias, segue fechado e com restrição específica para acesso de apenas alguns colaboradores.

Na parte interna, estão fantasias do desfile marcante e vencedor de 2020, que abordou o folclore e suas características, como a diversidade de personagens. Já no barracão em que deveriam estar os carros alegóricos prontos para o desfile, apenas estruturas sem ornamentação permanecem.

De acordo com a direção da escola, somente no acabamento das alegorias e produção das fantasias, em média, de 100 a 150 pessoas são contratadas por ano, em sua maioria, do próprio Desterro. Estes profissionais perderam a renda, já que não foram contratados diante da suspensão dos desfiles.

O aderecista Lui Almeida, que trabalha para a Flor do Samba há 17 anos, ao lamentar a impossibilidade do preparo dos carros alegóricos, disse que outros colegas recorreram a fontes alternativas para manter a renda. “Costumo trabalhar com arte e produção visual, mas neste ano não foi possível. Tive de recorrer a atividades auxiliares, pela impossibilidade de a escola se preparar, sem desfiles”, disse.

Esperançoso, o aderecista espera outra agenda em 2022. “Neste mesmo período, em 2022, quero estar preparando os carros e ajudando novamente nossa querida Flor [do Samba] a ganhar mais um Carnaval, com a garra do público do Desterro”, afirmou.

No Sacavém, tudo parado…
Outra agremiação tradicional do Carnaval de passarela na capital maranhense é a Favela do Samba. Campeã por 18 vezes, a escola – desde a confirmação da pandemia no ano passado – não escolheu enredo a ser desenvolvido. No lugar da frenética rotina de véspera do desfile, o silêncio e o isolamento do espaço em que a criatividade na confecção das alegorias e montagem das fantasias costuma aflorar.

No barracão da Escola, na Avenida dos Africanos (Sacavém), apenas as alegorias com parte dos materiais oriundos do desfile de 2020 permanecem. Nem mesmo as fantasias são vistas. Os adereços da escola, após o uso na última apresentação, foram isolados dos componentes, em especial das pessoas idosas.

Mesmo com a pandemia e estabelecendo medidas de restrição – como acesso limitado de componentes – a Favela do Samba manteve o ensaio técnico da bateria nota 10. “Foi uma forma de manter ativa a chama da escola e, ao mesmo tempo, não desmobilizar todos os componentes”, disse João Moraes, diretor de Carnaval da Favela do Samba.

Devido à pujança da Escola, com vários componentes, a direção da Favela entendeu ser inviável a organização de uma live para os amantes do samba. “Como somos uma escola com vários componentes, não seria producente a realização de uma live. Além disso, os custos e a falta de recebimento de valores do poder público também tornaram a produção inviável”, afirmou João Moraes.

Para 2022, por enquanto, a escola aguarda orientações dos órgãos sanitários. “Não há como fazer qualquer planejamento visando 2022, até pelo fato de que não sabemos qual será o ritmo desta vacinação. É necessário aguardar”, afirmou o diretor de Carnaval da Favela.

Blocos vão para as lives

Há 35 anos, uma verdadeira máquina de folia começou a sair pelas ruas e avenidas de São Luís. A história deste grupo foi contada por O Estado em fevereiro do ano passado, quando ainda não se falava de coronavírus e tampouco de cancelamento da programação carnavalesca.

Coube a Silvério Costa Júnior, conhecido por “Boscotô”, contar como se deu o surgimento de um dos blocos recentes mais populares da cidade. A Máquina de Descascar´Alho surgiu de “última hora” e o nome fora inspirado na “bagunça” organizada de um bloco que simplesmente se juntava e começava a sair pelos circuitos. E o alho veio para o complemento da máquina, lembrando um alimento afrodisíaco.

A Máquina, que literalmente arrasta na Madre Divina, vai mobilizar agora seguidores e admiradores em curtidas numa like que acontece neste sábado, 13, a partir das 16h e domingo, 14, às 18h. A programação pode ser vista no próprio canal da Máquina no YouTube.

Segundo “Boscotô”, o ânimo será o mesmo visto nas ruas. “Infelizmente não poderemos brincar da forma como estamos acostumados, mas as likes com a internet e a necessidade de distanciamento tornaram-se uma alternativa interessante”, disse.

Ciente de que o carnaval sem programação integral é um fato inédito na cultura popular, “Boscotô” conclama as autoridades públicas para uma solução quanto à vacinação. “A gente não tem garantia de que no ano que vem teremos o Carnaval de rua. É preciso acelerar este processo, não para o Carnaval mas para gente enquanto cidadão fazer nossas coisas normalmente e se livrar deste perigo”, disse.

85 anos do Fuzileiros, em “casa”

O Fuzileiros da Fuzarca se autointitula um dos blocos mais antigos com programação do país. No dia 11 deste mês, o grupo “comemorou” os 85 anos de formação. Com programação na sede, na Madre Deus e com restrição de pessoas, além de adoção de medidas de distanciamento e uso de álcool gel e máscaras, os brincantes não perderam o pique nem mesmo com a chuva que caía do lado de fora.

Os componentes do grupo, em média, possuem mais do que 60 anos de idade e são da faixa considerada de risco para a Covid-19. A maior parte deles, já aposentados, passou praticamente todo o período da pandemia em casa e reclusos.

Mas num dia histórico para o Fuzileiros, a brincadeira abriu uma “exceção”. O reencontro foi permeado de emoção e os brincantes, que há meses não se viam pessoalmente, relembraram histórias, contaram de suas angústias e deram um toque de esperança num momento tão difícil para a sociedade.

Os instrumentos, até então parados em uma prateleira da sede, foram novamente utilizados e a festança começou ali mesmo no pequeno espaço para reuniões. “Realmente é um momento inédito para a cultura popular, no entanto, devido à saudade, decidimos fazer este pequeno ato para não deixar passar a data, tomando todos os cuidados de higiene necessários”, disse a presidente do Fuzileiros, Maria da Graça Viana de Sousa.

Sob as bênçãos de São Lázaro, padroeiro do grupo e na proteção de Calça Curta, Zé Toim e Zé Pivó, o Fuzileiros manteve a mesma animação nas músicas. “Vim com meu álcool em gel, e não poderia deixar de ver minhas amigas e comemorar essa data tão importante”, destacou Maria das Graças, de 72 anos, moradora do Centro e integrante do Fuzileiros.

É importante lembrar que as festas de pequeno porte não poderão ser realizadas a partir deste sábado, 12. Órgãos de controle atuarão nas fiscalizações.

Fiscalizações
Setores de controle estaduais e municipais fazem, desde sexta-feira, 12, ações de fiscalização coibindo agendas de festas em bares, eventos e outros ambientes. Shows musicais por exemplo, por determinação judicial expedida nesta quinta-feira, 11, estão proibidos e as ações são providenciais para se evitar lockdown futuro no Estado.

De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), neste sábado, 13, a fiscalização terá prosseguimento. A mobilização, de acordo com a pasta, deve contar com a colaboração dos populares. “Além da imunização, que vem sendo efetivada pela Prefeitura de São Luís, é essencial que todos nós, ludovicenses, tenhamos responsabilidade para alcançar este objetivo comum. Seguindo as recomendações necessárias para evitar a disseminação da doença, acreditamos que logo poderemos retomar nossa rotina”, disse a O Estado o titular da Semurh, Bruno Costa.

Segundo o gestor, as ações contarão com equipes diárias de 12 agentes e quatro viaturas da Blitz Urbana que, em parceria com as secretarias municipais de Segurança com Cidadania (Semusc) e de Meio Ambiente (Semmam), circularão em áreas estratégicas da cidade para inibir possíveis eventos.

Em caso de descumprimento, os responsáveis serão encaminhados para os plantões de polícia. O Governo do Maranhão também informou que equipes estão ativas desde sexta-feira, 12. Em coletiva, o governador Flávio Dino (PCdoB) disse que a mobilização foi feita após a decisão do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos.

Sem o circuito Beira-Mar…
Uma das aglomerações de maior sucesso entre os foliões em 2020 e que por motivos justos foi impedida de ocorrer foi o Circuito Beira-Mar. O espaço, disponibilizado pelo Governo do Maranhão e que caiu no gosto popular, reunindo milhares de pessoas por dia durante a folia na capital servirá apenas para a circulação de veículos como de praxe.

O modelo de programação, com inspiração em praças com tradição no carnaval de rua, como Salvador (BA) e Recife (PE), tem previsão de ser retomado “somente quando a pandemia” passar em todo o Estado. Somente com a imunização em massa da população isso será possível, o que poderá se estender até no mínimo o ano que vem.

Enquanto isso, fica a saudade nos foliões que curtiram a festa às margens de um dos braços do Rio Anil.

SAIBA MAIS

NOTA SECMA sobre CARNAVAL

Diante do quadro de permanência da pandemia de Covid-19 em 2021, do lento processo de imunização em massa no Brasil e levando em consideração que o setor cultural foi um dos mais afetados com as restrições impostas pela crise epidemiológica em 2020, a Secretaria de Estado da Cultura (Secma) informa que manterá, este ano, as ações em apoio a todos os segmentos artísticos, a exemplo do projeto Conexão Cultural, que deu auxílio financeiro a artistas maranhenses, das mais variadas linguagens.

Sobre o Carnaval 2021, a Secma reitera que não realizará programação este ano, bem como, não lançará decoração alusiva à festividade em nenhuma cidade do Maranhão. O objetivo é respeitar as regras de distanciamento social e desestimular qualquer tipo de aglomeração de pessoas.

A Secma esclarece, ainda, que as medidas supracitadas seguem as recomendações dos especialistas em saúde pública, embora entendamos que não só os artistas, mas toda a economia da cultura (comércio informal, rede hoteleira, restaurantes, entre outros) será afetada com o cancelamento das festas de Carnaval no Maranhão.

Por fim, a Secma comunica que qualquer tipo de atividade presencial que gere grande público só voltará a ser realizada pela Secretaria com o fim da pandemia, dentro de um quadro de ampla segurança sanitária e mediante a liberação expressa das autoridades em saúde pública do Maranhão.

Foi neste contexto que – com o surgimento de uma classe operária e diversificada sexualmente com a participação de mulheres – as festas típicas de Carnaval, que até então estavam confinadas apenas aos clubes ou ambientes internos, voltam para os espaços públicos. Essa mudança é também vista na capital, São Luís.

A festa mais popular do país começou a sua história na capital maranhense de forma segregadora. Foi assim o início do carnaval na cidade que, com seus costumes e características, fizeram parte de um momento histórico importante e de transição dos séculos XIX para o XX.

 

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