06/10/2024

Feirinha da Agricultura Familiar valoriza o empreendedorismo feminino

A participação feminina no mercado e, principalmente, na gerência de seus próprios negócios vêm crescendo ao longo dos anos. Na agricultura familiar elas participam ativamente das atividades rurais – do plantio nas lavouras ao beneficiamento dos produtos e seu escoamento nos mercados. O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), está realizando a Feirinha da Agricultura Familiar no Arraial do Largo de Santo Antônio, na região central de São Luís, e nesse espaço que integra cultura e comercialização do campo, percebe-se a presença e força feminina chefiando seus empreendimentos.

Este é o segundo ano que a Feirinha da Agricultura Familiar é realizada no Arraial Santo Antônio, que acontece até dia 29, e visa justamente dinamizar a economia local e garantir a renda para os mais diversos ramos de atividades da agricultura familiar.

Rosa Gregória, quebradeira de coco babaçu da Aldeia Vila Nova, Território Taquaritiua, situada no município de Viana, está  participando da Feirinha pela Cooperativa Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (CIMQCB) com uma variedade de produtos como farinha de mesocarpo, azeite e óleo de babaçu, biscoitos, sabão e sabonetes de babaçu.

“Viemos para a feira e trouxemos parte de nossos produtos, que além de vendê-los, a gente consegue falar do nosso movimento e da nossa luta em defesa dos babaçuais. Aqui na feira vendemos produtos e vendemos também nossa história de luta e resistência das quebradeiras de coco babaçu do Maranhão,” afirmou Rosa.

A Feirinha da Agricultura Familiar conta com a participação de 23 empreendimentos com mais de 40 expositores, sendo que 90% são mulheres que estão à frente desses espaços com a comercialização de diferentes artigos: derivados do babaçu, chips de macaxeira e banana, mel, produtos da reforma agrária, hortifrúti, comidas típicas, doces do campo, biscoitos, artesanato e outros itens.

As mulheres são de diferentes municípios do estado como São Luís, Paço do Lumiar, Raposa, Itapecuru-Mirim, Rosário, Bacabeira, Chapadinha, Santa Inês, Lago do Junco, Tufilândia, Viana, Bom Jardim e Araguanã, e todas elas não mediram esforços para mostrar seu trabalho e buscar uma renda extra no período junino.

Outra força feminina presente na Feirinha é a de Wirapyta Guajá, da Terra Indígena Alto Turiaçu, localizada no município de Araguanã, que encanta os visitantes e clientes com a arte indígena com a comercialização de biojoias (colares, brincos e braceletes). Confeccionadas com sementes encontradas no bioma do território indígena, as biojoias apresentam a delicadeza, traços e desenhos que representam a fauna e flora preservados pelos povos originários.

Para  Wirapyta, a Feirinha da Agricultura abre espaço para a diversidade e valorização da cultura indígena. “É uma experiência muito importante para nossos parentes, já que estamos aprendendo e mostrando nossa arte para as pessoas e como é feita”, disse.

A arte da renda de bilro que é tão conhecida na cidade de Raposa também é um dos destaques na Feirinha promovida pela SAF. Enquanto as peças confeccionadas pelas rendeiras estão expostas à venda na barraca, a artesã Rita de Cássia, da Associação das Rendeiras Bilro de Ouro da Raposa, com suas mãos leves e ágeis, trança entrelaçando cada linha para quem deseja conhecer como é feita a renda.

“A SAF sempre nos convida para participar dessas feirinhas que são muito importantes para valorizar nosso trabalho. A renda de bilro é uma fonte de renda para as mulheres rendeiras que se reúnem todas as tardes para confeccionar as rendas; a renda é uma terapia pra gente, é um trabalho satisfatório e gostoso de se fazer. E mostrar nossa arte na feirinha potencializa nosso trabalho”, contou a a artesã Rita de Cássia.

E numa Feira da Agricultura Familiar não pode faltar os alimentos da roça. A agricultora familiar Maria Eliane, da comunidade Santa Maria, zona rural de São Luís, expõe e vende na sua barraca parte dos alimentos produzidos em sua propriedade. Banana, mandioca, alface, cheiro verde e cebolinha, couve, mamão, milho e até caldo de macaxeira ela está vendendo na Feirinha.

“Eu estou achando excelente essa feirinha. Além da gente plantar, estamos vendendo nossos produtos e é uma renda garantida. Agradecemos ao governador Carlos Brandão e ao secretário da SAF, Bira do Pindaré, por sempre abrirem esse tipo de espaço para nós, agricultoras, estarmos vendendo nossos produtos”, relatou Maria Eliane.

O secretário da SAF, Bira do Pindaré, destacou que a secretaria tem realizado Feiras da Agricultura Familiar como essas para ser mais um canal de comercialização para os trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente para valorizar o protagonismo feminino rural.

“Valorizamos o saber e o trabalho desempenhado pelas mulheres do campo, tanto que já realizamos a Feira Mulher da Agricultura Familiar por entendermos que as mulheres são essenciais para o sucesso do empreendimento familiar rural. E na Feirinha da Agricultura Familiar no Arraial Santo Antônio não está sendo diferente, vemos que os empreendimentos são liderados por mulheres fortes e corajosas que são donas de seus próprios negócios e de suas próprias histórias,” finalizou.

A Feirinha da Agricultura Familiar será realizada até dia 29 de junho, próximo sábado, integrando o Arraial do Largo de Santo Antônio, que conta com as mais tradicionais e charmosas atrações culturais juninas do Maranhão.