02/12/2024
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Filme “Angústia” feito pelo cineasta Frederico Machado e alunos da escola de cinema é premiado em festival na Armênia

SÉTIMA ARTE

Cinema como paixão

Frederico Machado prepara diversos projetos para este ano



O cineasta Frederico Machado teve mais uma das produções da Lume Filmes premiados. Desta vez foi o curta “Angustia”, dirigido por ele e com a participação dos alunos da Escola Lume de Cinema, que foi escolhido o melhor filme do Festival “One Shot – International Short Film Festival”, que ocorreu esta semana na Armênia. O festival é considerado referência no segmento cinema autoral.
Além do prêmio, o cineasta Frederico Machado tem muitas novidades na cartola. Ele, que tem se dedicado cada vez mais ao cinema autoral, tem colhido bons frutos no Brasil e também no exterior.

Comandando a Lume Filmes, o diretor prepara ainda para este ano a produção de uma série, de Lucian Rosa e de um telefilme, de Rose Panet. Estão previstas ainda a pré-produção dos longas ”O Baldio Som de Deus”, “Nau de Urano” e “As Órbitas da Água”, este último a terceira parte da Trilogia Dantesca, formada também por “O Exercício do Caos” e “O Signo das Tetas”, todos com direção de Machado.
Atualmente, o cineasta dedica-se à divulgação nacional de “O Signo das Tetas”, que já estreou no Maranhão e em outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, entre outros.
O longa traz no elenco nomes como Lauande Aires, João Capistrano, Maria Ethel, Rosa Ewerton, entre outros, além da participação do poeta Nauro Machado, que na produção incorpora um misterioso personagem místico em aconselhamento poético e enigmático ao anti-herói atormentado.
A produção, que tem distribuição pela Lume Filmes, traz elementos de realismo fantástico e fala da fragilidade humana representada na trajetória de um homem que parte em viagens em busca de seu próprio eu. Abaixo, Frederico Machado fala, em entrevista, sobre o atual momento de sua carreira.
“Angústia” foi exibido na Armênia. Foi convite? Festival? Fale um pouco sobre isso.
Enviamos o filme para a curadoria do Festival e ele foi selecionado. Foram mais de mil inscritos e apenas 23 filmes na seleção oficial. Fiquei feliz porque é um dos mais importantes festivais de curtas autorais do mundo.O fato de o filme ter sido vencedor foi uma vitória enorme. Estou muito feliz, pois estamos finalmente tendo um respeito imenso com nossos filmes. Sem descaracterizar o que a gente acredita. Bem massa.
Que outras novidades a Lume Filmes prepara para os próximos meses?
Muitas. “O Signo das Tetas” está em festivais e lançamento comercial nos cinemas. Muitas críticas elogiosas para o filme. Foi vencedor da Mostra do Filme Livre nesse ano. “Angústia” está sendo chamado para vários festivais. Mais de 10 até o momento. Estreará no Brasil no Festival Internacional de Cinema Ambiental em Goiás (Fica). Estamos finalizando o novo longa-metragem “O Tempo Envelhece Depressa” que tem no elenco Buda Lira, que fez “Aquarius” – que participou de Cannes – e Antonio Sabóia, que fez os filmes “O Lobo Atrás da Porta” e “Lula, o filho do Brasil”. A ideia é estrear em um festival forte ainda nesse ano. A Lume Filmes está fechando a produção da série “Ocupantes”, de Lucian Rosa. E também do belo telefilme “Manoel Bernadino – O Lênin da Mata”, de Rose Panet. E ainda vamos começar a pré-produção de outro longa-metragem, “O Baldio Som de Deus”, que será filmado, esse ano ainda, nos Lençóis Maranhenses. E ainda temos “Nau de Urano”, que contará a vida de Nauro Machado, filme com Matheus Nachtergaele e Marcélia Cartaxo e “As Órbitas da Água”, terceira parte da Trilogia Dantesca, formada também por “O Exercício do Caos” e “O Signo das Tetas”. Muita coisa.
E falando agora como cineasta, o que o público pode esperar?
Cada vez mais filmes autorais, feitos para revelar minha essência como ser humano. Um diálogo com o público de maneira nova e original. Um cinema feito com raça, amor, verdade e compromisso. Tenho uma verdadeira paixão pelo que eu f aço. Minha vida é cinema. E isso acho que está exposto e claro em todas as minhas realizações. E fico muito feliz pelo respeito imenso que temos de todas as pessoas da área. Cineastas, atores, técnicos, distribuidores, exibidores, críticos, pessoas do setor de editais de todo o Brasil, o que revela a seriedade de nossa empresa e o amor que temos pelo nosso trabalho. No momento, estou sendo júri do edital de Pernambuco de Cinema. Por isso que não compareci ao Guarnicê. E fui chamado nessa semana para ser júri do Edital do Ceará, também de Cinema. Então é uma vida em prol do cinema que acredito!
Como tem sido a divulgação de “O Signo das Tetas”? Que caminhos o filme tem percorrido?
“O Signo das Tetas” foi lançado em cinemas comerciais em algumas salas do Brasil: Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre e São Luís. Vai estrear nos cinemas ainda de São Paulo, Brasília, Recife, Porto Alegre, Belém e Fortaleza. Já estão fechadas essas praças. Também já passou em muitos festivais, com sucesso, como Mostra Tiradentes, Mostra Indie, Mostra do Filme Livre, no qual, foi consagrado, sendo o filme vencedor do evento. Além disso, fechamos distribuição internacional. O filme em 2017 vai ser exibido nos cinemas espanhóis e portugueses. E também em 2017 será lançado em VOD e no mercado de home-vídeo no Brasil pela Lume Filmes. Fico muito feliz com a resposta do público e da crítica com filme tão pessoal.
Você já foi premiado algumas vezes no Guarnicê e agora compete de novo. Qual a importância do festival para o cinema local?
Imensa. Um festival feito com garra, independente, que privilegia cinema de qualidade. E dando apoio para o cinema maranhense. É uma janela importantíssima para o cinema maranhense. Uma possibilidade de ser visto, de ser discutido. Reverbera para toda uma comunidade que tenta realizar cinema. E agora com essa possibilidade mais real de se fazer cinema no estado, devido a editais de fomento, o Guarnicê, de fato, se transforma em um festival de suma importância para nossa cidade e para o Brasil.
E sobre as mostras competitivas de um modo geral, qual sua opinião?
É válido ser exibido. Sendo competitivo ou não. O importante é exibir o filme. Mas quando há uma possibilidade de prêmios, é importante para o filme pois o prêmio pode dar mais visibilidade para o filme e nosso trabalho. Mas o fato de ganhar algum festival não é garantia de qualidade do filme. É muito pessoal o julgamento. Mas para a carreira do filme, é, sem sombra de dúvida, importante.
Você tem uma sala de cinema voltada para o chamado cinema de arte. Como você vê a receptividade do público para estas produções?

Aqui em São Luís, infelizmente, o público recebedor desse cinema autoral ainda é muito pouco. Trabalhamos com exibição aqui na cidade desde 2000 e vemos o público diminuir, em vez de aumentar. Mas tem sempre gente interessada. E tenho esperança nos jovens que estão descobrindo o cinema hoje.

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