Foram 20 anos de ausência do set. Foram também 20 anos de textos escritos no calor da hora e críticas ácidas aos governos e ao país. Da soma dessas duas experiências surgiu “A Suprema Felicidade”, o longa-metragem que marca a volta de Arnaldo Jabor, 69 anos, ao cinema. O filme, que chega às telas de todo país em 29 de outubro, será exibido hoje à noite, em sessão de gala, no Cine Odeon, na abertura do Festival do Rio, que vai até o dia 7. Ao retornar para detrás das câmeras, o diretor de “Toda Nudez Será Castigada” (1973) e “Eu Sei que Vou Te Amar” (1986) surge envolto em certo saudosismo –do cinema e também do país. O comentarista feroz dá lugar, na tela, ao romântico desejoso de falar sobre o amor, ao cronista que idealiza um certo espírito carioca. “A realidade eu tenho todo dia. Vejo as coisas ruins, criticáveis, e escrevo sobre elas. Isso te envenena a alma”, diz Jabor. “Fiz esse filme em busca do prazer da obra de arte. |