O que deveria ser uma celebração do Campeonato Brasileiro mais equilibrado e emocionante desde a bem-sucedida implantação do sistema de disputa em pontos corridos, virou uma festa de gafes. Assim foi a festa da CBF, chamada oficialmente de Prêmio Craque do Brasileirão.
As mancadas começaram antes mesmo de o evento começar, com o não envio de convite a Roberto Dinamite, presidente do Vasco, vice-campeão brasileiro. Oficialmente, a Confederação Brasileira de Futebol culpou a empresa que “organizou” o Prêmio e chegou a convidar, de forma informal, Dinamite, que, claro, não foi. Sorte dele, pois evitou presenciar um verdadeiro show de horrores, no melhor estilo “Zorra Total”, com direito a personagens do programa humorístico no palco protagonizando um quadro pra lá de sem-graça.
Mas não foi só isso. Teve falta de envelope para o anúncio de vencedor de categoria e sumiço de premiado. Sim, ao ser anunciado vitorioso do prêmio Craque da Galera do Brasileirão, Dedé simplesmente não estava no local da festa.
Tiago Leifert e Luciano Huck, apresentadores do evento — juntamente com Glenda Kozlowski, todos funcionários da TV Globo, parceira da CBF —, não sabiam o que fazer. Eis que após algum tempo chegou a informação de que o zagueiro vascaíno gravava uma participação no programa “Bem, Amigos”, do SporTV. “Êêê Galvão”, reagiu Leifert ao saber do paradeiro de Dedé, o sumido.
A celebração oficial da CBF teve, ainda, discurso sonolento do seu presidente, Ricardo Teixeira, trapalhada de político no palco (na hora de anunciar o vencedor como melhor meia pela direita, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não pôde fazê-lo na hora prevista por não ter recebido o envelope com o nome do vencedor), constrangimento de premiado (vencedor como melhor zagueiro pela esquerda, Réver, do Atlético-MG, ouviu de Tiago Leifert que o atleta foi eleito sem que fosse considerado o último jogo, no qual o Galo levou de 6 a 1 do Cruzeiro) e tentativa de reparação de erro (só após mais da metade da cerimônia, Huck avisou que o segundo e o terceiro colocados nas categorias poderiam subir ao palco para receber prêmios, o que acabou não ocorrendo nem mesmo depois do “toque” do apresentador global).
Mas a festa oficial da CBF não foi só mancada. Teve homenagem ao radialista Luiz Mendes e ao Sócrates, mortos neste ano. Foram exibidas imagens de ambos. Eleição da dupla Ricardo Gomes-Cristóvão Borges, do Vasco, como melhores técnicos do Brasileirão. Diego, filho de Ricardo Gomes, representou o pai, que ainda se recupera de um acidente vascular encefálico, durante a entrega do prêmio.
Rogério Ceni também foi lembrado pelos mil jogos completados com a camisa do São Paulo e pelo feito dos cem gols marcados na carreira. Mas o camisa 1 não compareceu ao evento da CBF.
A festa terminou com a entrega do troféu de campeão brasileiro deste ano ao Corinthians. Jogadores, comissão técnica e cartolas corintianos subiram ao palco para, enfim, erguer a taça.
A propósito, tem coisa mais sem-graça do que time campeão receber o troféu de terno e gravata? Bons tempos em que os campeões brasileiros davam a volta olímpica com a taça ainda no gramado.
A seguir, todos os vencedores do Prêmio Craque Brasileirão:
Craque do Brasileirão:
Neymar (Santos)
Goleiro:
1º – Jefferson (Botafogo)
2º – Fernando Prass (Vasco)
3º – Júlio César (Corinthians)
Lateral-direito:
1º – Fagner (Vasco)
2º – Mariano (Fluminense)
3º – Bruno (Figueirense)
Zagueiro pela direita:
1º – Dedé (Vasco)
2º – Antônio Carlos (Botafogo)
3º – Rhodolfo (São Paulo)
Zagueiro pela esquerda:
1º – Réver (Atlético-MG)
2º – Leandro Castan (Corinthians)
3º – Emerson (Coritiba)
Lateral-esquerdo:
1º – Cortês (Botafogo)
2º – Juninho (Figueirense)
3º – Kleber (Internacional)
Volante pela direita:
1º – Ralf (Corinthians)
2º – Romulo (Vasco)
3º – Arouca (Santos)
Volante pela esquerda:
1º – Paulinho (Corinthians)
2º – Renato (Botafogo)
3º – Marcos Assunção (Palmeiras)
Meio-campo pela direita:
1º – Diego Souza (Vasco)
2º – Deco (Fluminense)
3º – Lucas (São Paulo)
Meio-campo pela esquerda:
1º – Ronaldinho (Flamengo)
2º – Montillo (Cruzeiro)
3º – Thiago Neves (Flamengo)
Atacante 1:
1º – Neymar (Santos)
2º – Leandro Damião (Internacional)
3º – Júlio César (Figueirense)
Atacante 2:
1º – Fred (Fluminense)
2º – Borges (Santos)
3º – Loco Abreu (Botafogo)
Técnico:
1º – Ricardo Gomes/Cristóvão Borges (Vasco)
2º – Jorginho (Figueirense)
3º – Tite (Corinthians)
Revelação:
1º – Wellington Nem (Figueirense)
2º – Cortês (Botafogo)
3º – Leandro Damião (Internacional)
Árbitro:
1º – Leandro Vuaden (RS)
2º – Paulo César de Oliveira (SP)
3º – Sandro Meira Ricci (DF)
Craque da Galera:
1º – Dedé (Vasco – 46% dos votos)
2º – Liedson (Corinthians – 36% dos votos)
3º – Neymar (Santos – 18% dos votos)
Artilheiro:
Borges (Santos – 23 gols)