
Segundo o Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Prado Neto, em conversa com a JP Online, o hidrogel não tem finalidade estética e sim reparadora. “Essa substância é indicada para quem é soropositivo ou quem tem hemiatrofia facial, situações que comprometem o convívio em sociedade já que a pele tende a ficar atrofiada”, observa. Quando Andressa fez a cirurgia, há cinco anos, ela tinha o objetivo de aumentar o tamanho das coxas, deixando-as mais fortes.
Ainda de acordo com Neto, mesmo nas situações reparadoras há um limite para o uso do hidrogel, segundo as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
“A Anvisa permite que sejam utilizados até 50 ml do produto. Ele é altamente inflamatório e causa infecção”, frisa.
A modelo tem 400 ml do líquido em cada coxa e o profissional faz um alerta: “Quanto mais tempo o produto fica no corpo, mais difícil é a retirada dele em casos de complicações, já que a substância se espalha da pele até o osso”. E completa: “hidrogel em grande quantidade é uma bomba-relógio. Na Andressa, ela explodiu”.
Conheça o hidrogel
O material é produzido na Ucrânia, país do leste europeu, e tem a aprovação da Anvisa, mas desde o ano passado não tem licença para ser utilizado no Brasil.
De acordo com o profissional, é fundamental que as pessoas que queiram fazer qualquer tratamento estético procurem por médicos especialistas e saibam a origem da substância que será inserida em seu corpo.
Como o procedimento com hidrogel é barato (cada ml da substância custa de R$ 25 a R$ 30), alguns usuários se oferecem para pagar mais caro que o valor original desde que seja colocado em seu organismo mais líquido do que o permitido pela agência.
“A obsessão pela beleza é tanta que muitas vezes os pacientes acabam fazendo cirurgias com médicos clandestinos, que têm somente interesses mercantilistas”, concluiu o médico.