04/10/2024
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Joãosinho Trinta morre aos 78 anos em São Luís do Maranhão

O mundo do samba está de luto. Morreu neste sábado, vitima de infecção urinária e pneumonia, o carnavalesco e artista plástico João Clemente Jorge Trinta, popularmente conhecido como Joãosinho Trinta. Ele estava internado no Hospital UDI, em São Luís, no Maranhão, desde o dia 3 de dezembro e morreu neste sábado, 17 de dezembro.

Reconhecido por caracterizar e revolucionar o modo de construir os desfiles do Carnaval, o ícone Joãosinho fez história durante seus anos de atuação no mundo do samba. Maranhense, nascido no dia 23 de novembro de 1933, ele se mudou para o Rio de Janeiro em 1951, aos 18 anos de idade.

Começou na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro como assistente de Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona, onde foi campeão nos anos de 1965, 1969 e 1971. Em 1973, ainda na vermelha e branca, fez dupla com a carnavalesca Maria Augusta e desenvolveu o enredo “Eneida: Amor e Fantasia”. Foi bi-campeão criando sozinho os enredos “O Rei de França na Ilha da Assombração” e “O Segredo das minas do Rei Salomão” em 1974 e 1975, respectivamente.

No ano seguinte, levou seu luxo e ousadia para a Beija-Flor de Nilópolis, local em que trabalhou por mais de 15 anos, e onde conquistou os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Ficou marcado pela polêmica que gerou com um de seus carros alegóricos do enredo “Ratos e Urubus, larguem a Minha Fantasia”, que tinha uma imagem de Jesus Cristo como mendigo e enfrentou problemas com a Igreja Católica. Ainda envolvido em divergências, expressou a inesquecível opinião “quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de luxo”, ao defender seus conceitos e sua linha de trabalho.

Joãosinho também teve passagens por agremiações do Acesso, como Acadêmicos da Rocinha e Império da Tijuca, além de escolas paulistas.

Já em 1997, surpreendeu o público ao desenvolver o enredo “Trevas! Luz! A explosão do Universo” na Unidos do Viradouro, escola onde permaneceu por sete anos. Trabalhou para a Acadêmicos do Grande Rio em 2003, dando o inédito 3º lugar para a tricolor de Caxias. Na Vila Isabel, criou o enredo “Singrando em mares bravios… E construindo o futuro” no ano de 2005.

Foi internado em 2006, no Rio de Janeiro, após sofrer um acidente vascular cerebral. Desde então, Joãosinho se locomovia através de uma cadeira de rodas e seguia o tratamento de fisioterapia. Devido às limitações, seu ritmo de trabalho diminuiu e neste ano de 2011 ele foi convidado pela Beija-Flor para contribuir com as pesquisas para o enredo “São Luís – O poema encantado do Maranhão”, no qual ele será homenageado, já que trata de sua terra natal. A escola de Nilópolis havia reservado um lugar especial no desfile para que o eterno carnavalesco abrilhantasse mais uma vez a avenida.

O corpo de Joãosinho Trinta está sendo velado desde às 16h deste sábado, no Museu Histórico do Maranhão, no domingo o corpo segue para o Teatro Arthur Azevedo. O enterro será em São Luís e está marcado para às 10h da próxima segunda-feira, dia 19 de dezembro.

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