O jornalista Murilo Melo Filho, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), morreu na manhã de hoje (27), no Hospital Pró-Cardíaco, de falência múltipla de órgãos. O sepultamento será amanhã (28), às 13h, no mausoléu da ABL. Devido à pandemia do novo coronavírus, não haverá velório. Melo Filho tinha 91 anos de idade.
“Murilo Melo Filho foi um dos grandes jornalistas brasileiros da segunda metade do século 20. Acompanhou de perto a política nacional, a construção de Brasília e a guerra do Vietnã. Conheceu inúmeros chefes de Estado, a quem dedicou páginas antológicas, dos mais variados espectros políticos. Foi também um acadêmico exemplar, assíduo, com a disposição de emprestar seu talento aos mais diversos cargos e serviços na Academia. Guardo a imagem de um homem bom, de uma alta sensibilidade humana, voltada sobretudo para os mais vulneráveis e desprovidos. Um momento de tristeza”, afirmou o presidente da ABL, Marco Lucchesi.
Outro acadêmico, Arnaldo Niskier, ocupante da cadeira número 18 da ABL, destacou que Melo Filho era um homem de caráter primoroso, amigo de seus amigos.
“Chamava aqueles que trabalhavam com eles de “coleguinhas”, e assim ele era correspondido, sempre com muita admiração e sempre com muito carinho. Ele entrou para a Academia Brasileira de Letras na cadeira número 20 e eu tive o privilégio de saudá-lo. Isso foi para mim uma das honras maiores da minha vida acadêmica. Murilo partiu, mas deixou uma obra extraordinária; na minha opinião foi o maior repórter político do Brasil durante todos os anos em que trabalhou ativamente na imprensa. Ele deixou um estilo cristalino, um estilo direto, formidável. Esse é o Murilo que nós saudamos”, salientou Niskier.
A característica de jornalista atento e incansável foi lembrada pelo também membro da ABL, Cícero Sandroni.