Por Pergentino Holanda
Junho chegou, mas com ele a tristeza no olhar de quem tem uma única certeza: não haverá festas juninas. O Nordeste inteiro lamenta, profundamente, essa conclusão inexorável, que decorre da insegurança que nós, brasileiros, ainda vivemos, por conta do aumento de casos do novo coronavírus. No Maranhão, os grupos folclóricos, acostumados a protagonizar grandes espetáculos nos arraiais espalhados pelos municípios, estão cabisbaixos, tentando imaginar como se comportarão em uma época marcada pela alegria contagiante das fogueiras acesas, dos fogos, das bandeirinhas coloridas, das comidas típicas irresistíveis e das danças regionais graciosas, que reúnem milhares em sua volta, durante as apresentações nos terreiros.
Alguns grupos folclóricos famosos e engajados planejam “lives” e outros já as realizaram e darão continuidade às apresentações “ao vivo”bbb , mas, claro, apenas discretas palinhas, como é o caso do Boi Barrica, do Boi de Morros e do Boi de Maracanã. É, obviamente, uma maneira encontrada para compensar o vazio que deixará a
ausência dos arraiais juninos em 2020. Adentramos, sem dúvida alguma, em um junho atípico, macambúzio, sem brilho, calado e recolhido. São João, São Pedro, Santo
Antônio e São Marçal, os santos mais festejados da temporada, certamente lacrimejam do altar do firmamento e suas lágrimas sobre todos recaem, deixando um rastro de lamentações e esperança de que, em 2021, a chama das fogueiras possa ser reacendida com louvor.
Por Pergentino Holanda

