Após receber críticas e conselhos, o jornalista Jorge Kajuru afirma que desistiu de exibir a entrevista que fez com o goleiro Bruno Fernandes, acusado de envolvimento na morte de Elisa Samúdio no ano passado. O material estaria em poder da Band. Kajuru dissera que iria ceder a entrevista ao amigo José Luiz Datena, do “Brasil Urgente”. Kajuru entrevistou o goleiro em dezembro passado.
O problema é que a exibição da entrevista estava condicionada, em documento, a um pagamento de R$ 150 mil ao ex-advogado do goleiro, Ércio Quaresma.
Segundo Kajuru, 50, mediante um acordo financeiro, que prevê esse pagamento a Quaresma, o advogado permitiu que ele entrevistasse Bruno em 2 de dezembro último. O goleiro está no presídio de Contagem, Minas. A entrevista nunca foi divulgada até a semana passada, quando o F5 descobriu a existência do material.
“Estou impressionado com a reação do meu público, que, em sua maioria absoluta, se manifesta através do meu blog e twitter pedindo para eu não colocar no ar a entrevista feita com o goleiro Bruno, 11 meses atrás”, disse em comunicado.
“Meus verdadeiros amigos também acompanham a opinião de meus fãs, e acham que eu devo esquecer esta entrevista (…).Não sou um jornalista policial, não tenho programa policial e meu nível e história não merecem essa mancha”, declarou.
O CASO ELISA SAMÚDIO
Elisa Samúdio foi morta provavelmente um ano atrás, depois de sumir de um hotel no Rio, para onde tinha viajado com o filho –cujo pai era Bruno. O jogador não aceitava a paternidade da criança. Durante as investigações do rumoroso caso, a polícia obteve denúncias de que Elisa fora espancada no sítio do jogador, no período do desaparecimento.
Um primo do goleiro, então menor, e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foram apontados como executores do crime. A defesa deles nega. Elisa era modelo e chegou a fazer filmes pornôs. Seu corpo jamais foi encontrado.
Em julho passado, a polícia indiciou o goleiro Bruno e outros suspeitos foram indiciados por homicídio, sequestro, formação de quadrilha, corrupção de menores, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Outro acusado, Marcos A. dos Santos foi acusado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Outros escaparam da acusação de assassinato, mas foi mantida a de cárcere e formação de quadrilha.
Questionado pela coluna a respeito de sua impressão sobre Bruno, após a entrevista, Kajuru afirmou que, embora tenha ‘dúvidas sobre quem cometeu o crime’, ele acredita ‘que Bruno não participou do assassinato’.