Publicado originalmente em 1992 e relançado nos Estados Unidos em 2015, o livro “Olhares negros: raça e representação”, de bell hooks, será apresentado em São Luís amanhã, às 18h, no Palacete Gentil Braga (Rua Oswaldo Cruz). A pensadora e escritora norte-americana tem poucas obras trazidas para a língua portuguesa. Mas nem por isso é uma desconhecida no Brasil, principalmente entre feministas. Além do lançamento, o Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa promoverá um curso sobre o pensamento da autora, 14h às 17h, no mesmo local.
“Olhares negros: raça e representação” leva o selo da Editora Elefante, com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, e tradução de Stephanie Borges, com prefácio da maranhense Rosane Borges, jornalista, pós-doutora em Ciências da Comunicação, professora e colaboradora de grupos de pesquisa sobre estética e vanguarda e teorias e práticas feministas na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas. Ela será a facilitadora do curso “O legado da obra de bell hooks para o pensamento social e político”. As inscrições são gratuitas.
Segundo a própria autora, “nenhum outro livro de crítica cultural que eu tenha escrito é tão essencial para a nossa compreensão das ligações entre raça, representação, questões de autodefinição das pessoas negras e a descolonização de todos nós”. Referência no movimento de mulheres e feministas, Gloria Jean Watkins é mais conhecida por bell hooks, grafado em minúsculas mesmo, homenagem à bisavó, Bell Blair Hooks. Ela nasceu em 1952, em Hopkinsville, uma cidade rural do estado de Kentucky, no sul dos Estados Unidos.
A autora formou-se em literatura inglesa na Universidade de Stanford, fez mestrado na Universidade de Wisconsin e doutorado na Universidade da Califórnia. Seus principais estudos estão dirigidos à discussão sobre raça, gênero e classe e às relações sociais opressivas, com ênfase em temas como arte, história, feminismo, educação e mídia de massas. É autora de mais de trinta livros de vários gêneros, como crítica cultural, teoria, memórias, poesia e infantil.
Para Rosane Borges, é fundamental difundir a magnitude das obras da teórica e feminista, que em muito vem contribuindo para a ação política das mulheres negras na diáspora e estimulando a criação de lugares de reflexão e resistência que apontem outros mundos possíveis. “Não há como negar que Olhares Negros é um livro que nasce clássico, desafiando as políticas de visibilidade e as noções de representação, levando em conta o que significou e o que significa o processo de colonização e dominação nos países marcados pela pior tragédia da humanidade: a escravidão transatlântica”, explica Rosane Borges, no texto que abre o livro.
Serviço
O quê
Lançamento de “Olhares negros: raça e representação”, de bell hooks
Quando
Amanhã, às 18h
Onde
Palacete Gentil Braga (Rua Oswaldo Cruz)