Reforma foi entregue em dezembro de 2018; 1 ano e meio depois, monumentos e bancos do logradouro continuam sendo alvo de depredação e descaso pela população que usufrui do espaço
O Complexo Deodoro é formado pelas praças Deodoro e Pantheon, e as alamedas Silva Maia e Gomes de Castro. A reinauguração do espaço, aconteceu em 22 de dezembro de 2018, e completará dois anos em 2020, no entanto, desde 2019 o Complexo já apresenta marcas de vandalismo, muitas ainda não foram reparadas, como as placas de identificação dos intelectuais maranhenses que fazem parte da paisagem da Praça do Pantheon, em frente à Biblioteca Benedito Leite. Outros sinais de descaso da população, são encontrados facilmente, em uma rápida caminhada no local.
A reforma do Complexo Deodoro, foi realizada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Maranhão (Iphan-MA) em parceria com Prefeitura de São Luís. Em pouco tempo a região se tornou uma das áreas mais visitadas na ilha, de fato, a obra trouxe diversas melhorias e um projetos urbanístico muito atraente, porém, a população não tem ajudado na preservação do local. Nesta quinta-feira, 25, O Estado, percorreu as praças do complexo e registrou várias marcas de vandalismo ao longo do trajeto.
Uma das várias esferas de concreto espalhadas pelo projeto, localizada na alameda Gomes de Castro, foi derrubada e destruída. A esfera fica ao lado de uma faixa de pedestres, ou seja, o perigo aumenta. Muitas pessoas passam pelas vias todos os dias, e aqueles que possuem baixa visão, crianças e idosos, são vítimas fáceis para o buraco que se formou no lugar de onde a esfera de concreto foi deslocada.
A operadora de caixa, Lidiane Teixeira, explicou seu sentimento em relação à situação do complexo, enquanto passava pelo local. “É triste, porque o ambiente deveria ser para a gente desfrutar, trazer nossa família, mas quando você chega e vê tudo depredado, tudo bagunçado, a gente fica entristecido”.
Em alguns bancos também percebidas pichações, e um buraco de encanamento está exposto na Praça do Pantheon, encoberto por folhas secas.
Bustos
Em abril de 2019, O Estado,
fez uma reportagem denunciando a falta de identificação em alguns dos 18 bustos
exibidos na praça do Pantheon, em frente à Biblioteca Benedito Leite, mais de
um ano depois, os monumentos que foram violados, continuam sem suas placas. O
que na verdade aconteceu, foi que o número de bustos de intelectuais
maranhenses depredados aumentou, alguns não tiveram seus nomes levados, mas
estão com marcas de arranhão.
Essas peças passaram 11 anos guardadas no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, com a revitalização do complexo, elas foram higienizadas e expostas novamente no local.
O Estado pediu explicações para a prefeitura de São Luís, porém, a resposta foi de que o Iphan-MA é o responsável pela manutenção dos bustos. Dessa forma, o Iphan foi acionado. O órgão alega que esse serviço é de encargo da prefeitura. “Manutenção de logradouro público é de responsabilidade da prefeitura”, afirma.
Segurança
A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informou, em nota,
que mantêm equipes diárias da Guarda Municipal na região do Centro (Complexo
Deodoro) para intervenções, caso notem situações que possam trazer danos ao
Patrimônio Público de São Luís.
Em relação à retirada de placas de bustos no Complexo Deodoro, a Semusc esclarece que não houve ato de vandalismo, pois as placas foram retiradas pela necessidade de reforçar sua fixação, e que em breve serão recolocadas.
SAIBA MAIS
Sobre a obra
Os serviços de reforma do Complexo Deodoro contemplaram a colocação nova pavimentação em concreto lapidado; colocação de granito na área central e da grama nas áreas de canteiro, instalação de caramanchões – que é um dos pontos mais fotografado da obra – para proporcionar estética e sombreamento adequado ao ambiente; novo mobiliário urbano, com bancos e lixeiras; e nova configuração de iluminação pública.
O local também recebeu novos banheiros, bancos de pedra Lioz, áreas para recebimento de atividades diversas e de fiscalização; canteiros ajardinados, entre outros novos elementos arquitetônicos.
FONTE: Jornal O Estado do Maranhão – KETHLEN MATA/26/06/2020