Na última quarta-feira, 20, a fonte da Praça Pedro II foi alvo de muitos comentários. Isso porque no local onde ficava a estátua da Mãe d’Água Amazonense agora há um obelisco de gesso.
No dia 22 de setembro de 2015, a Subprefeitura do Centro Histórico de São Luís fez a remoção temporária da estátua de bronze, localizada em frente à Igreja da Sé, para que fossem iniciados reparos na fonte. Na ocasião, foi informado que a retirada se deu também para que o monumento recebesse polimento, o que deve ser feito a cada cinco anos.
Passados 10 meses, a escultura não retornou ao local e a fonte continua danificada em vários pontos. A única mudança realizada foi por obra de um guardador de carros do entorno da praça, que colocou um obelisco de gesso na base onde antes ficava a estátua. A mudança chamou a atenção e rapidamente provocou comentários nas redes sociais.
Indignados com o estado de abandono da fonte e de toda a praça, alguns usuários de redes socialis compartilharam a foto do obelisco, questionando o ocorrido. Foi o caso de Marcos Ferreira, que escreveu: “Em São Luís algumas coisas absurdas acontecem. Substituíram a escultura da Mãe d’Água por este obelisco chinfrim”.
O Estado esteve na Praça Pedro II para apurar o ocorrido. Segundo guardadores de carros, um deles pegou a peça de gesso que sobrou em uma obra vizinha e colocou no centro da fonte, numa tentativa de chamar a atenção para a ausência da estátua e os demais problemas da praça.
Além da falta da Mãe d’Água, pode-se observar que a fonte está muito danificada. Há lajotas quebradas, muitas pedras da borda estão soltas, a água está suja. O calçamento da praça está se desmanchando. As pedras estão soltas, podendo causar um acidente com crianças ou idosos e uma das luminárias foi alvo de vândalos.
Apesar de a estátua não ter sido trocada pelo obelisco pela Prefeitura, como muitas pessoas julgaram ter acontecido, ainda permanece a dúvida: a Mãe d’Água retornará à fonte?
Em sentença assinada em junho deste ano, o titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, juiz Douglas de Melo Martins, condenou o Hotel Vila Rica (CTH Hotéis) e Município de São Luís a procederem os serviços de restauração da estátua da Mãe d’Água Amazonense, obra de autoria do artista plástico maranhense Newton Sá.
Cabe ao hotel remeter a estátua ao fundidor original ou outra entidade, bem como custear todas as despesas com remoção e transporte da obra, e com o acompanhamento do trabalho de restauração da estátua. Já o Município deve proceder a restauração específica da parte da estátua quebrada por terceiros em 2001, bem como garantir medidas de vigilância ao monumento. A multa diária para o não cumprimento das determinações é de R$ 5 mil.
Questionada sobre o retorno do monumento ao seu local de exposição, a Prefeitura informou apenas que a estátua foi encaminhada ao Museu por recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foi informado ainda que a estátua permanecerá no museu, até a conclusão do projeto de revitalização da Praça Pedro II.
Assim como a Mãe d’Água, os 16 bustos de escritores maranhenses que também ficavam em praça pública foram transferidos para o Museu Artístico e Histórico do Maranhão.
Retirados da Praça do Pantheon após a ação de vândalos, as esculturas foram restauradas e não mais voltaram ao local depois da reforma da praça. No logradouro, as bases que um dia sustentaram os bustos estão pichadas e hoje servem de lixeira e até mesmo de banco para alguns frequentadores.