‘Neymarzetes’ fazem de tudo para ficar de frente com o ídolo Neymar
O Fantástico buscou ajuda especializada do professor Evanildo Bechara para saber a origem do nome neymarzete.
Na tarde de sábado (20), o Estádio do Pacaembu recebeu Santos X Atlético Paranaense. Neymar estava em campo. “E na arquibancada?”, pergunta o craque.
A dona das costas é a auxiliar de cabeleireira Pollyana Reis. Para chegar ao Pacaembu, o dia dela começou bem cedo – e longe: em Mogi Guaçu, município do interior de São Paulo, com 140 mil habitantes. Ela sempre foi apaixonada por futebol?
“Não. Comecei por causa do Neymar. Não torço para nenhum time. Agora sou santista por causa do Neymar. Olhei para o Neymar na internet e foi amor à primeira vista. Todo o jogo, em qualquer estádio do Brasil, tem um monte de menina gritando ‘Neymar’. São as ‘neymarzetes’”, conta Pollyana.
Neymar fez o gol e mandou um coraçãozinho para as neymaretes. Será que é neymarzete mesmo ou é neymarete? Diante da dúvida, o Fantástico buscou ajuda especializada. Com a palavra, o professor Evanildo Bechara, linguista, gramático e imortal. Ele nos atendeu na Academia Brasileira de Letras. Não poderia haver lugar melhor para solucionar este mistério.
“O senhor seria uma neymarzete ou uma neymarete?”, pergunta o repórter Tadeu Schmidt. “Em primeiro lugar, eu evitaria ser uma das duas. Mas, já que entrou na parte linguística, que é o que me interessa, as duas formas são perfeitamente possíveis, porque as duas formas fazem parte de padrões silábicos dentro da língua. Agora se as meninas escolheram ‘neymarzete’, é porque esta forma conserva melhor a estrutura do primitivo Neymar. Se você diz ‘neymarete’, aí o ‘r’, se unido ao ‘e’, quebra a estrutura silábica de Neymar. Agora, ‘neymarzete’, com z, conserva a estrutura do vocábulo primitivo, o que reforça o seu significado”, explica o acadêmico Evanildo Bechara.
“As meninas se chamavam de neymarzetes, eu é que botei neymarete. O senhor ficou do lado delas e contra mim”, brinca Tadeu. “É porque você raciocinou a língua como gramática e elas raciocinaram a língua como usuários. E os usuários têm mais razão que os gramáticos”, responde o acadêmico Evanildo Bechara. “Eu sempre fico do lado das meninas contra os homens”, continua Tadeu.
Em Mogi Guaçu, a fã neymarzete Pollyana coleciona fotos na parede do quarto e tem vários álbuns com as reportagens sobre o ídolo. “Ele não viu isso”, conta.
“Vamos ver se ele consegue ver no jogo do Santos contra o Atlético Paranaense”, sugere Tadeu Schmidt. “Eu vou conseguir”, garante a neymarzete Pollyana.
Está lançado o desafio! Tudo pronto para Pollyana pegar a estrada. São 176 quilômetros de distância. Tempo estimado de viagem: duas horas e 24 minutos. “Lá vou eu atrás do meu sonho: conhecer o Neymar”, diz a fã.
Pollyana chega meio perdida, mas de repente ouve o grito da sua tribo! Ela não quis nem saber das amiguinhas. Ficou colada na grade durante todo o jogo. No fim de partida, Neymar fez quatro gols. Se fosse no domingo, ia pedir música.
Olhando com calma o regulamento do artilheiro musical, a gente encontra o capítulo 11º, que trata “das exceções”. O artigo 92 diz que: “Quando um jogador faz quatro gols, tem dois gols anulados e um(a) torcedor(a) com a tatuagem dele está presente no estádio, este jogador tem o direito de pedir música, mesmo que o jogo seja no sábado”. Parágrafo primeiro: “O artigo não é válido para jogos no meio da semana”. Então, pede aí, Neymar!
“Do Fernandinho, que é uma Nova História”, pediu Neymar.
Esta é a trilha sonora também para Pollyana tentar mostrar a homenagem ao seu ídolo. Gol da Pollyana! “Eu trouxe sorte para ele e trouxe sorte para mim”, disse a neymarzete.
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