O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), protagonizou um mal-estar com o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), em uma sessão tumultuada em função da emenda que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Torres acusou a Mesa Diretora do Senado de fazer manobras a favor do governo e, em seguida, Sarney desceu com o dedo em riste pedindo que o colega pedisse desculpas. O presidente da Casa ficou irritado com a declaração de Torres.
“Você me deve desculpas. Você me respeite”, disse ao líder do DEM, demonstrando irritação. O senador Fernando Collor (PTB-AL) acompanhou o enfrentamento de Sarney.
Torres havia dito que não seria envolvido em um acordo “torpe” feito pela Mesa. Minutos após a cena e sem Sarney em plenário, ele tomou a palavra e pediu desculpas. Torres solicitou que a palavra “torpe” fosse retirada das notas taquigráficas. No entanto, ele disse que a reclamação quanto a manobra estava mantida.
Tudo começou quando a base aliada colocou em votação um requerimento pedindo a inversão de pauta para colocar a DRU como prioridade, garantindo assim a contagem de prazos regimentais exigidos para a análise da matéria. A oposição reclamou dizendo que a ordem das votações mostrava que o projeto que regulamenta a emenda 29 era o primeiro item, na segunda-feira. No entanto, na Ordem do Dia desta terça, aparecia no segundo item.
Sarney disse que a discussão da emenda da saúde não chegou a ser colocada em votação e que portanto, não haveria problemas regimentais para análise do requerimento. O Planalto quer deixar a discussão da emenda 29 para o próximo ano e a base deve aprovar um requerimento para retirar a urgência da matéria.