O Campeonato Maranhense está suspenso. Até que os pedidos do Imperatriz e Moto sejam julgados no TJD-MA, a bola não rolará em pelo Estadual 2017. Mas afinal, a culpa de toda essa bagunça é de quem? Apesar dos muitos equívocos que a Federação Maranhense costuma causar, a culpa dessa vez, entra exclusivamente na conta dos clubes. Mas por que dos clubes?
Vamos ao Caso do Imperatriz: Perdeu o jogo decisivo para o Cordino por 2 a 1 e alega que o sorteio de arbitragem deveria ser transmitido em vídeo. O TJD-MA recebeu a denúncia, procedimento quase que automático no complexo e burocrático sistema processual do Órgão. O caso será julgado muito provavelmente nesta quinta feira, quando, aí sim, será analisado o mérito da querela. Acreditamos que dificilmente o Cavalo de Aço alcançará sucesso nesta demanda, como veremos:
O Imperatriz tenta usar a seu favor o artigo 32 do Estatuto do Torcedor, que diz o seguinte
Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam escolhidos mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados, ou audiência pública transmitida ao vivo pela rede mundial de computadores, sob pena de nulidade.
§ 1o O sorteio ou audiência pública serão realizados no mínimo quarenta e oito horas antes de cada rodada, em local e data previamente definidos.
Os sorteios dos árbitros do Campeonato Maranhense sempre foram realizados na FMF jamais contando com transmissão ao vivo. Isso porque o próprio Estatuto do Torcedor é claro no sentido de que há obrigatoriedade da transmissão ao vivo somente em caso de audiência pública. Óbvio que o TJD/MA cumpre seu papel, mas o Imperatriz tenta encontrar fora de campo a competência que não teve dentro das quatro linhas para superar o Cordino.
No Caso do Moto, a briga é por causa da interpretação do Artigo 11 do Regulamento do Campeonato Maranhense. Referido dispositivo diz o seguinte:
Art. 11 – Na disputa da fase Semifinal as Associações que obtiverem o melhor índice
técnico, na soma dos pontos ganhos na Primeira Fase, realizarão as suas partidas na condição de mandantes, com a vantagem de jogar pelo empate.
técnico, na soma dos pontos ganhos na Primeira Fase, realizarão as suas partidas na condição de mandantes, com a vantagem de jogar pelo empate.
A Federação Maranhense de Futebol confirmou a vantagem para o Sampaio que, apesar de terminar como segundo do grupo A, fechou a fase preliminar com oito pontos, enquanto o Moto, líder do grupo B, somou seis pontos.
O Rubro-Negro reclama que em 2016 apesar do regulamento dizer o mesmo, o entendimento foi outro. A FMF por sua vez já assumiu que errou em 2016 e por isso fez a correção em 2017. Agora o caso está no TJD/MA.
O que pretende o Moto, basicamente, com seu recurso, é que o erro na interpretação do regulamento no ano passado prevaleça, travestido de acerto para este ano, o que se afigura absurdo. É como exigir-se que o errado se mantenha errado, não mude, para que tenha aparência de certo.
Incabível falar em “dois pesos, duas medidas ao caso”. Em 2016 a situação era idêntica, bastaria ao Sampaio ter atentado a este fato e não haveria qualquer discussão. Mas não há como o descuido do ano anterior ser aproveitado como regra para os anos seguintes.
Os dois casos citados mostram como as equipes não tiveram competência em campo (e fora dele também, ao não interpretar o regulamento de maneira adequada) e estão apelando para o Tribunal Desportivo. O Imperatriz sofreu dois gols em menos de 10 minutos na decisão do turno. O Moto abriu 2 a 0 sobre o Sampaio na semifinal, mas viu Toni Galego ser expulso de forma infantil e ainda abdicou do jogo, deixando o Tricolor alcançar o empate e a classificação dentro de campo.
Para fechar, há mais um caso nos tribunais, mas sem tanto impacto na competição. O Sampaio, que novamente relacionou um jogador irregular em uma partida oficial, perdeu quatro pontos promover a escalação do goleiro Jean, quando estava sem contrato, para o banco de reservas no jogo contra o Imperatriz. O Tricolor recorre da punição para recuperar os pontos, o que também deve ser julgado neste período, também sem sucesso recursal.
Para finalizar, é necessário deixar claro o tamanho do impacto negativo destas atitudes para o futebol maranhense. São bagunças como essas que acabam afastando o torcedor do estádio e aumentam a dificuldade na hora de buscar investimento para os clubes ou setores que trabalham diretamente com o futebol. Já passou da hora dos dirigentes escolherem caminhos melhores para o futebol do nosso Estado.
FONTE: http://futebolmaranhao.com.br/index.php/2017/04/22/a-culpa-dos-clubes-na-bagunca-do-campeonato-maranhense/