A Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural do Município, vem desempenhando um papel fundamental no sentido de favorecer espaço para as mais variadas manifestações artísticas do Maranhão. Nesta quinta-feira (16), às 19h, o poeta Celso Borges fará lançamento da Revista Fúria, que reúne 35 poemas do escritor e 18 ilustrações do artista plástico Diego Dourado. Na ocasião, a performance poética será de Áurea Maranhão e Claudio Marconcine.
“Neste evento reunimos literatura, artes visuais e performance poética, que estão, a priori, umbilicalmente interligadas, de forma transdisciplinar; e viva à poesia”, declara o diretor da Galeria Trapiche Santo Ângelo, o poeta e jornalista Paulo Melo Sousa.
O escritor Celso Borges vem fazendo nos últimos 12 anos um trabalho que mistura música e poesia no palco, procurando estimular novas percepções do texto poético escrito e falado. Dentro desse contexto, lançou três livros-CDs e vem realizando espetáculos de leituras e performances com intervenções sonoras. Essa experiência tem se refletido no seu processo de criação.
A Revista Fúria é o resultado das mudanças na poesia de Celso Borges a partir daí. O artista quer continuar criando uma zona de aproximação entre o cantar e o falar, entre a leitura tradicional e sua interpretação para além do livro. Ao publicar seus textos de palco em uma revista, o poeta mais uma vez tenta estimular seus leitores e ouvintes, estabelecendo um atrito que, acredita ele, vai lançar um novo olhar sobre o discurso poético.
Fúria, de Celso Borges e Diego Dourado, reúne principalmente textos que o primeiro interpretou no palco nos últimos dez anos em projetos de poesia e música, e ilustrações feitas por Diego especialmente para a publicação.
A exposição reúne 10 das 18 ilustrações produzidas para a revista. Dispostas em diferentes formatos, feitas de nanquim e pastel, elas surgem dos acasos do ‘elemento-mancha’ – a partir do qual Diego deflagra uma situação de embate no espaço de ocorrência do desenho, da formação da imagem.
A reunião das ilustrações e dos versos (lado a lado) evidencia que ambas as linguagens não caminham distantes uma da outra, se cruzam e se interpenetram no espaço da revista e da galeria. Como artista plástico e poeta, Diego trabalha no sentido desta integração, utilizando-se simultaneamente de diversos meios para produzir poemas e imagens.
Nos últimos 35 anos, Celso Borges participou como editor e colaborador de várias revistas culturais produzidas em São Luís, entre elas Arte e Vivência (final dos anos 70); Guarnicê e Uns & Outros (anos 80); e por último, Pitomba! (de 2011 a 2014). Publicou também poemas em revistas de circulação nacional como Coyote e Oroboro. Fúria homenageia de alguma forma essas intervenções.