Por Manoel dos Santos Neto – Jornal Pequeno
Faleceu em São Luís, na madrugada de domingo (20), o jornalista José Raymundo Pereira de Souza, de 79 anos. De acordo com laudo médico, ele sofreu um infarto fulminante devido o rompimento de aneurisma da aorta abdominal. De acordo com relato de familiares, Souzinha passou mal em sua residência e faleceu ao dar entrada na UPA da Cidade Operária.
José Raymundo Pereira de Souza nasceu na cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí, no dia 1º de julho de 1945. Casado com Kátia Lúcia, ele deixa sete filhos: Aldimar, Ricardo José, Júnior Souza, Lizandra Helena, Irlene, Fernando e Irlane.
Querido e conhecido como Souzinha, José Raymundo Pereira de Souza militou na imprensa maranhense ao longo da vida, atuando principalmente como repórter policial. Ele trabalhou em vários periódicos e veículos de comunicação da capital, entre os quais o Jornal Pequeno, O Estado do Maranhão, Extra, O Debate, Jornal de Hoje e Diário do Norte.
Souzinha foi assessor de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão e, principalmente, repórter de Polícia do Jornal Pequeno, onde publicou grandes reportagens, uma delas relacionada à trama que resultou na morte do delegado Stênio Mendonça, assassinado na Avenida Litorânea no dia 25 de maio de 1997.
Vale lembrar: Souzinha, primeiro tenente reformado da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), chegou a ter seu próprio jornal, intitulado “Municípios em Destaque”.
É importante lembrar também que, na fase boêmia de sua juventude, ele participava de uma banda chamada “Os Intocáveis” e gostava de dizer que seu nome artístico era Airton Silva.
Na fase madura da vida, conviveu com grandes repórteres da área policial em São Luís, entre os quais Douglas Cunha, Reginaldo Correia, Eloy Cutrim, Renato Souza, Silvan Alves, Jânio Arley, Toni Duarte e Djalma Rodrigues.
Nos últimos anos, Souzinha dizia que estava determinado a escrever um livro de memórias e fazia questão de frisar:
“Sou muito grato a Deus por tudo e agradeço todos os dias porque o Criador me concedeu a felicidade de acompanhar passo a passo a formação de meus filhos, motivo maior de minha existência terrena, e poder vê-los agora adultos, encaminhados na vida e sempre orientados no caminho do bem!”, exclamava Souzinha, visivelmente emocionado.
O velório de Souzinha foi realizado no Complexo Salvatore, do Jardim da Paz, localizado na Travessa Clóvis Beviláqua, nº 50, no Cutim Anil. O sepultamento aconteceu no final da tarde desta segunda-feira (21), no Cemitério Jardim da Paz, Estrada de Ribamar.
Souzinha, um dos maiores repórteres policiais da imprensa maranhense
Carismático e extrovertido, o jornalista José Raymundo Pereira de Souza, o Souzinha, conquistou ao longo da vida uma legião de amigos, com seu jeito simples e sua maneira singular de cativar as pessoas.
Prestativo e atencioso, Souzinha chegou cedo ao Jornal Pequeno, onde conviveu com o fundador do JP, o saudoso José Ribamar Bogéa, o “Zé Pequeno”, trabalhando na reportagem de Polícia deste jornal.
Souzinha teve a chance de viver a fase em que o Jornal Pequeno era grafado nas caixas de tipo e praticamente feito à mão. Na época, não havia telex nem serviços de radiofotos ou telefotos.
As notícias internacionais e de outros Estados da Federação chegavam precariamente, através de escutas radiofônicas ou por cabogramas. As fotos eram produzidas na clicheria do jornal, anunciada como a melhor da região.
Imprimiam-se os exemplares pelo antigo sistema de impressão a quente com placas de chumbo. As páginas continham um variado noticiário, geral e esportivo, mesclado com o humorismo, onde se encontravam seções como Dicionário do Povo, Língua de Trapo e Conversa no Cafezinho. Daí uma lenta revolução foi se operando nas oficinas do JP, que evoluiu desde a linotipo e chegou à era da informática.
Souzinha conviveu no JP com ‘Vavá’, Sapoti e Raimundo Marques, o Didico. Ele foi contemporâneo ainda de pessoas como Salu e Dona Lilázia.
Na área administrativa, conviveu com Praxedes, Egéria Bogéa, Carmen Marques, e a inesquecível Zelinda Figueiredo, que dirigiu o setor comercial do JP, nas décadas de 60 e 70. E, entre os linotipistas, foi contemporâneo de Sarapião, Benjamim, Oswaldo, Diquinho, o homem do serrote, também colaborador de A Peroba; Salvador de Lima, Expedito, Caio, Antônio José (‘Bonsó’); Sr. Raimundo e Paulo Ramos, também mecânicos; Ribeiro (‘Televisão’) ainda na equipe JP, Melquíades Gomes, que foi um dos diagramadores do JP.
Souzinha viveu intensamente a vida cotidiana do Jornal Pequeno junto também de pessoas como os impressores Ari, Serrão (Cabeção), José João Figueiredo, Basílio, ex-baterista da favela do Samba; e de paginadores como Boaventura, Erinaldo Figueiredo e Reinaldo Diniz, que foi um dos distribuidores do JP.
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