14/11/2025

São Luís -Multidão invade a Rua Grande após a terceira fase de reabertura do comércio

LUCIENE VIEIRA – Jornal Pequeno

Uma multidão circulou pela Rua Grande na manhã dessa segunda-feira (15), após o início da terceira fase de reabertura dos estabelecimentos comerciais, durante a pandemia do novo coronavírus, e que estavam com as portas fechadas desde março. No dia 1º deste mês, ocorreu a segunda fase do plano do governo do Estado de desconfinamento do comércio. No dia 25 de maio, pequenas empresas exclusivamente familiares reabriram. Em todas essas datas, o Jornal Pequeno verificou que os comerciantes, no centro de São Luís, estão respeitando as regras impostas pelo governo do Estado, por meio de decretos. Porém, as aglomerações se intensificaram.

A terceira fase de reabertura do comércio foi liberada sob a condição de cumprimento de ações preventivas, como o uso de máscaras, a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel. Ainda segundo o decreto estadual, todas as lojas devem higienizar os ambientes, com especial atenção a vitrines, provadores e outras áreas de contato direto com o público, pelo menos uma vez a cada quatro horas.

Os estabelecimentos que tiverem provadores devem higienizar imediatamente o produto após o cliente experimentar. O estoque exposto de roupas e sapatos deve ser pulverizado a cada duas horas com álcool 70% ou similar. Deve haver proteção de vidro ou acrílico nos caixas e mesas de atendimento. O ambiente deve ser o mais arejado possível.

Na Rua Grande, todas as lojas já estão abertas. Entre elas, a Marisa, Riachuello e C&A. O Jornal Pequeno também verificou que os empreendimentos respeitavam ontem o limite de 30% de sua capacidade. Ou seja, se normalmente cabem dez pessoas na loja, só entravam três ao mesmo tempo. Foram colocadas grades e fitas para impedir o livre acesso das pessoas às lojas.

O que se viu, também, foram filas nas portas dos estabelecimentos, muitos vendedores ambulantes nas calçadas das vias comerciais, e em todas as entradas das lojas funcionários usando máscaras controlavam o acesso dos clientes. Os funcionários também aplicavam álcool em gel nas mãos de quem entrada nos empreendimentos, e em algumas lojas eles mediam a temperatura com um aparelho. Em relação às filas, ninguém manteve a distância de dois metros.

CONTINUA PROIBIDO

Apesar de a capital maranhense estar na sua terceira fase de reabertura do comércio, continua proibido o funcionamento de praças de alimentação, cinemas, áreas infantis e quaisquer grandes promoções ou eventos que possam causar grandes aglomerações ou gerar tumultos. Os restaurantes, lanchonetes, bares e similares localizados em galerias e shopping centers somente poderão funcionar com delivery (entrega) ou drive-thru (retirada no local) . Ou seja, qualquer bar, restaurante ou similar – dentro ou fora de shopping – não pode vender para consumo no local. Academias de ginástica também não podem reabrir ainda.

De acordo com o governo do Estado, ainda não está permitida a distribuição de materiais gráficos como folhetos e revistas. Mesmo assim, havia na manhã de ontem, na Rua Grande, quem estivesse distribuindo folhetos de uma empresa de empréstimo consignado. Apesar de essa regra ter sido quebrada, no geral, conforme apurado pelo Jornal Pequeno, os comerciantes aplicaram condições que garantiriam o mínimo de segurança à população, com a retomada das atividades.

AGLOMERAÇÕES

Desde o dia 25 de maio, quando houve a primeira fase de reabertura do comércio, o Jornal Pequeno tem acompanhado o movimento nas vias comerciais do centro de São Luís, como Rua Grande. Sempre houve aglomerações em bancos de descanso, em portas de agências bancárias, nas filas e, principalmente, pelos espaços públicos destinados à circulação de pessoas.

Utilizando máscaras, os consumidores andam frenéticos de um lado para o outro carregando sacolas de compras. A secretária Irani Natália, 39 anos, aguardava na fila para entrar na C&A. “Vim pesquisar preços das mercadorias. Acredito que tudo esteja em promoção, estão liquidando o estoque, após três meses de portas fechadas. Preços baixos compensam o tempo que se gasta numa fila de espera”, declarou Irani Natália.

De máscara, mas distante a poucos centímetros das duas pessoas entre as quais estava, o fotógrafo Jair Filho, de 55 anos, alegou ter ido à Rua Grande para pesquisar preços de calçados. “Não uso internet para isso e já que todas as lojas reabriram, aproveitei a oportunidade”, disse. Jair concordou com a reabertura não só dos shoppings, como do comércio em geral. “É um absurdo o governo não deixar as pessoas trabalharem”, afirmou o fotógrafo.

O cozinheiro Evaristo Francisco Santana, 63, estava mais à frente na mesma fila da secretária Irani Natália. Utilizando máscara e luvas de proteção, ele disse que estava indo à loja para acertar uma dívida. Ao ser questionado sobre a possibilidade de isso ser feito pela internet, ele acabou admitindo ter usado a reabertura da loja como desculpa para sair um pouco de casa. “Está difícil ficar confinado”, afirmou.

PRÓXIMAS ATIVIDADES A REABRIREM

No dia 22 de junho, vão reabrir as academias de ginástica e esportes. No dia 29 de junho, será a vez de bares e restaurantes, e praças de alimentação em shoppings centers. Todos esses estabelecimentos deverão seguir medidas sanitárias como o uso de máscara, distanciamento mínimo obrigatório, assepsia, higienização, limpeza, e uso de equipamentos de proteção individual.

FISCALIZAÇÃO

As denúncias de funcionamento irregular ou de comportamento contrário às normas sanitárias (tanto de empresas quanto dos consumidores) podem ser feitas por três números de WhatsApp: (98) 99162-8274, (98) 98356-0374, (98) 99970-0608. A Vigilância Sanitária vai receber e encaminhar as denúncias.

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